O desafio da permanência dos alunos na escola

O vídeo abaixo trata sobre os seguintes assuntos: a preocupação com o impacto da pandemia e quarentena obrigatória na formação da geração atual de crianças, bem como suas conseqüências futuras; três dimensões de risco para educação: desigualdade social, importância da escola, permanência vs evasão; a desigualdade estrutural brasileira no acesso a bens culturais e a bens econômicos de ascenção social; levantamento da questão sobre como trabalhar com os fatores intra-escolares dentro dessa estrutural de desigualdade; o ”efeito escola” e a individualização de cada escola em si; a importância atual da escola não apenas como possibilidade de acesso à cultura, mas também como fator de garantia de dignidade humana; a necessidade de atribuir sentido à escola, diferentemente do mero acesso à informação; a diferença entre disponibilidade de informação e construção de conhecimento; a importância da motivação; a garantia do acesso à escola e permanência nela; o déficit de instituições nos municípios brasileiros; apresentação de dois instrumentos burocráticos para auxiliar o trabalho de permanência, a Ficha de Comunicação de Aluno Infreqüente (FICAI) e a Busca Ativa Escolar; o problema da freqüência durante a pandemia especialmente na rede pública, cujos alunos não têm acesso à internet ou mesmo aos correios; os fatores familiares modificados durante o tempo de quarentena; a participação da UNDIME no processo de permanência dos alunos; a discrepância do processo em municípios diferentes; o papel dos dirigentes durante a quarentena e no retorno às atividades presenciais; a necessidade da articulação intersetorial (educação, saúde e assistência social); a questão do impacto psicológico da pandemina nos alunos e docentes; os motivos intraescolares e extraescolares da evasão escolar; reflexão sobre o papel da escola e dos gestores escolares em seu papel de difusão de informações e diagnóstico de necessidade das famílias dos alunos; a função da escola na comunidade em que está inserida; o papel do servidores designados para acompanhar a freqüência escolar; o papel dos grêmios estudantis; as expectativas quanto ao retorno às atividades normais da escola após a quarentena.

Escola e o desafio da permanência | Aprendizagem Remota
Mediador: Carlos Alberto Pereira de Oliveira, Vice-diretor do IFHT/UERJ e Membro do Comitê Executivo do ICDE
Debatedores:
Ana Lara Casagrande, professora da UFMT, doutora em Educação, pesquisadora com ênfase no ensino médio.
Jaqueline Antunes Farias, Professora Docente II e – da SEEDUC. Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela UFJF. Superintendente de Gestão das Regionais Pedagógicas da SEEDUC.
Stella Salomão, Secretária de Educação de Angra dos Reis, Presidente da UNDIME RJ Secretária de Articulação da UNDIME NACIONAL.
Sessões abertas:
O cenário da educação mundial, diante da pandemia de Covid-19, experimenta, neste momento, uma realidade totalmente nova, trazendo, a reboque, desafios enormes para toda a sociedade.
No Rio de Janeiro, o grupo de especialista se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.

ONU: mundo deve ‘redesenhar’ a educação em meio à pandemia| ONU Brasil
Em meio à maior crise jamais vista na educação global, provocada pela pandemia de COVID-19, temos uma “oportunidade geracional” para “redesenhar” a área. A avaliação é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma mensagem em vídeo ao lançar nesta terça-feira (4) um relatório sobre o tema.
“A educação é a chave para o desenvolvimento pessoal e o futuro das sociedades. Desbloqueia oportunidades e reduz desigualdades. É o alicerce das sociedades informadas e tolerantes e o principal impulsionador do desenvolvimento sustentável”, disse Guterres.
Segundo a ONU, até meados de julho, as escolas estavam fechadas em mais de 160 países, afetando mais de 1 bilhão de estudantes. Além disso, pelo menos 40 milhões de crianças em todo o mundo não tiveram acesso à educação pré-escolar. E os pais e responsáveis – e especialmente as mulheres – foram forçados a assumir os encargos mais pesados de cuidados em casa.
Quatro áreas prioritárias de ação são sugeridas pelas Nações Unidas; saiba aqui quais são: bit.ly/covid-edu-onu
(Foto de capa do vídeo: um menino de dez anos estuda com a ajuda de sua mãe em casa no assentamento informal de Mathare, em Nairóbi, Quênia. Crédito da foto: UNICEF/Translieu/Nyaberi)

Avaliação sob a perspectiva de novas metodologias educacionais – Parte 1

O vídeo a seguir trata sobre os seguintes temas: os tipos de avaliação a que todas as instituições estão submetidas (avaliação institucional e avaliação do aprendizado); INEP e o Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis); Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade); a recente regulamentação da educação à distância em 2005~2017 e a questão da avaliação no ensino à distância segundo as DCN; a obsolescência da prova tradicional nos ambientes virtuais de aprendizagem; o acesso deficitário às tecnologias de comunicação na realidade atual; a falta de formação andragógica para docentes de nível superior (consoante ao meu TCC); o excesso de alunos em sala de aula/turma/grupo impede a avaliação formativa dos alunos; a diferença entre educação à distância e educação remota; como observar como o aluno demonstra o conhecimento adquirido; os motivos e usos das avaliações; a Portaria 419/2013 que estabelece os critérios de avaliação no Rio de Janeiro ; a necessidade de adaptar a avaliação quando de momentos excepcionais, saindo da avaliação somativa para uma avaliação formativa de aprendizagem; críticas ao modelo de ensino básico atual; questões relacionadas à época da pandemia.

Avaliação sob a perspectiva de novas metodologias educacionais | Aprendizagem Remota
Mediadora: Claudia Capello
Debatedores: Ana Valéria, Luis Otoni e Cacilda Andrade

Sessões abertas:
O cenário da educação mundial, diante da pandemia de Covid-19, experimenta, neste momento, uma realidade totalmente nova, trazendo, a reboque, desafios enormes para toda a sociedade.
No Rio de Janeiro, o grupo de especialista se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.

Escola e avaliação da aprendizagem no contexto atual – Parte 1

O seguinte vídeo trata sobre os seguintes tópicos: avaliação dos alunos durante o ensino remoto emergencial; conceitos básicos de avaliação: formativa, somativa e prognóstica; processo de avaliação como reflexão do processo de ensino-aprendizagem (construção do conhecimento); a diferença entre a trajetória do aluno e os instrumentos de avaliação (provas e testes); a importância da definição de critérios de avaliação; a avaliação por competências desenvolvidas no ano letivo; o problema do processo de inclusão digital, tanto dos professores quanto dos alunos, e seu impacto no processo de aprendizagem e avaliação; a contraposição da proposta da cultura do educando autônomo e realidade escolar atual; o processo de adaptação para sair do ensino presencial para ingressar no ensino remoto; nem todos os professores têm competência para o ensino remoto; a interação entre a escola e a família, bem como a definição de seus papéis; o problema da falta de assiduidade dos alunos no ensino remoto; as questões emocionais relacionadas ao isolamento social; a avaliação é uma forma de mensuração de juízo de valor; a perplexidade dos profissionais de educação em relação a esse período e ao retorno às atividades; a questão da tecnofobia e da tecnofilia; a oportunidade que a crise trouxe de trazer para a normalidade a mediação tecnológica em formato híbrido; detalhamento da avaliação: onde avaliar, como avaliar, para que avaliar, quem avaliar, quando avaliar e o que avaliar; a personalização da avaliação e seu impacto psicológico nos alunos; a questão burocrática da avaliação; reflexão sobre os marcos legais não estarem preparados para eventos como o isolamento social; a diferença entre a teoria pedagógica e a prática escolar, bem como sua aplicabilidade; novas possibilidades de avaliação mediadas pelas plataformas virtuais; o uso de plataformas digitais como instrumento para aumentar o engajamento dos alunos; a ferramentalização das plataformas digitais como meio de trabalho, não apenas como meio de comunicação; os ganhos de aprendizagem profissional durante o tempo do isolamento social.

Escola e avaliação da aprendizagem no contexto atual | Aprendizagem Remota
Mediador: Claudia Capello – UERJ
Debatedores
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira – UERJ
Márcia de Medeiros Aguiar – Cesgranrio / FGV
Ana Valeria Dantas – SEEDUCRJ

Novas formas de pensar objetivos e conteúdos na educação – Parte 1

O seguinte vídeo trata sobre os seguintes tópicos: considerações acerca do ensino remoto; comparação e diferenciação entre o ensino presencial, educação à distância e ensino remoto; a implantação do ensino remoto em massa durante um período de grande pressão psicológica sobre a sociedade; a comparação do uso de ambientes virtuais de aprendizagem formais (desenvolvidos para tal) e as plataformas virtuais sociais; as expectativas de mudanças pedagógicas ocasionadas pela experiência da educação remota; a diferença de preparação de aula entre a educação remota e a educação presencial; a evidenciação da desigualdade social entre os alunos; a dificuldade de adaptação dos cursos de ensino superior para adotar o ensino remoto; a necessidade de flexibilização de cronograma e horário; a necessidade de capacitação dos professores para a docência online; a questão do direito de uso de imagem no caso de gravação de aulas online; a importância das bibliotecas virtuais; a necessidade de adaptação da escola à realidade doméstica de seus alunos; a questão da avaliação da aprendizagem; como lidar com as deficiências de aprendizagem entre dois períodos letivos; a preocupação com a legitimação do trabalho do professor.

Novas formas de pensar objetivos e conteúdos na educação | Aprendizagem Remota
Mediadora: Rita Maria
Debatedores: Maria Inês Fini, Maria Luisa Furlan Costa e Patrícia Smith Cavalcante

Sessões abertas: O cenário da educação mundial, diante da pandemia de Covid-19, experimenta, neste momento, uma realidade totalmente nova, trazendo, a reboque, desafios enormes para toda a sociedade. No Rio de Janeiro, o grupo de especialista se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno. Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco – #AprendizagemNuncaPara.

Escola e planejamento educacional no contexto atual – Parte 1

O seguinte vídeo trata dos seguintes tópicos:o escopo do que é planejamento formal ou informal;a diferença entre planejamento individual, coletivo e para terceiros;mudanças significativas no planejamento durante sua aplicação;o caso específico de planejamento didático (para terceiros) durante o isolamento social, lidando com as grandes diferenças socioeconômicas e educativas de cada aluno; a diferença no uso da tecnologia para fins de trabalho e para fins pessoais; a ressignificação do uso dos meios tecnológicos para o planejamento à distância; o planejamento coletivo voltado a terceiros na educação à distância; a nova realidade do cenário educacional e as novas necessidades para planejamento; o planejamento flexível em momentos de instabilidade; o planejamento pedagógico brasileiro sendo dependente das instruções e normativos das autoridades governamentais; o uso da tecnologia para suprir as necessidades socioafetivas educacionais durante períodos de isolamento social; a necessidade de definição de objetivos que levem em consideração os conteúdos e as necessidades dos alunos; a individualização pedagógica para cada aluno; a inovação e as iniciativas da educação básica à frente das instituições de ensino superior; o comparativo das iniciativas brasileiras com as estrangeiras; a preparação para o retorno de alunos após período de isolamento; o mau uso dos dados obtidos a partir dos sistemas educacionais; o aumento da autonomia dos professores perante suas turmas; o enfraquecimento da educação pública à distância ao longo dos anos no Brasil; a acentuação de problemas de defasagem no ensino público; a possibilidade de aproveitar a crise educacional para iniciar nova gestão; a necessidade de comunicação dos professores com seus pares; a necessidade de mudança na gestão pública de educação.

Escola e planejamento educacional no contexto atual | Aprendizagem Remota
Mediadora: Aline Amorim –Ifes/UNIREDE
Debatedores:
Rita Maria Lino Tarcia –UNIFESP/ABED
Remi Castioni – UNB
Vanessa Braga –SEDUC/RJ

Tecnologia, inclusão digital e inclusão social – Parte 2

CULTURA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS EM DEBATE VOLUME 1
Organizadores: Gustavo Fernando Almeida 
Luciana Lima Torrezan
Rosana Elisa Catelli
PUC-SP; CETIC.br; NIC.br; CGI.br; Sesc São Paulo, 2019

Educação, cultura, currículo, pesquisa e tecnologias foram os assuntos discutidos no “Cultura, Educação e Tecnologias em Debate”, evento realizado, entre outubro e novembro de 2018, pelo Sesc São Paulo em seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Os encontros desafiavam-nos a refletir sobre o atual momento social e sobre a necessidade de criamos novos meios que nos possibilitem entender a interconexão entre as três áreas – cultura, educação e tecnologia –, as quais constituem o que podemos chamar de “a santa trindade” do século XXI.

Qualquer abordagem sobre desenvolvimento e democracia passa por essa discussão, pois a tríade educação, cultura e tecnologia ocupa um lugar central enquanto preocupação progressista para a construção do novo e para a formação de cidadãos conscientes e dotados de humanidade e senso crítico. Tratam-se de temas vinculados om o nosso presente e imprescindíveis na construção de um futuro próspero, diverso e solidário.

Texto completo: Cultura_educação_e_tecnologias_em_debate VOLUME 1

Fonte: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/1/SESC_CETICbr-Cultura_educação_e_tecnologias_em_debate.pdf


CULTURA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS EM DEBATE VOLUME 2
Organizadores: Gustavo Fernando Almeida 
Luciana Lima Torrezan
Rosana Elisa Catelli
PUC-SP; CETIC.br; NIC.br; CGI.br; Sesc São Paulo, 2019

O ciclo “Cultura, Educação e Tecnologias em Debate” é proposto pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc SP), por meio do seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF Sesc), pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Essa parceria busca refletir sobre aspectos estratégicos na interface entre cultura, educação e tecnologias na sociedade contemporânea.

A fim de ampliar o debate público sobre o momento social e a importância de articular ou criar conexões entre as três áreas neste início de século XXI, convidamos pensadores e pesquisadores para apresentarem reflexões sobre as configurações atuais em que estamos enredados.

Texto completo: Cultura_educacao_e_tecnologias_em_debate_VOLUME 2

Fonte: https://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/116363420191105/Cultura_educacao_e_tecnologias_em_debate_volume2.pdf

Tecnologia, inclusão digital e inclusão social – Parte 1

O seguinte vídeo trata dos seguintes tópicos: a importância das diversas tecnologias de educação à distância (do rádio à internet) para suprir a repentina necessidade durante o tempo em que houve a quarentena; as competências socioemocionais em ambientes mediados por tecnologia de comunicação; a importância do smartphone como principal meio de acesso à internet (em especial para entretenimento e comunicação); a importância da tecnologia de comunicação como instrumento de transformação social; a importância da orientação aos jovens para um melhor uso da tecnologia; a importância de uma melhor distribuição da tecnologia; as mudanças curriculares em conseqüência da necessidade da educação à distância; as mudanças curriculares em conseqüência das mudanças sociais causadas pelo uso maciço da tecnologia; a necessidade de flexibilização dos currículos; as exclusão social derivada da exclusão digital; a necessidade de incluir na formação do professor o uso das tecnologias digitais.

TECNOLOGIA, INCLUSÃO DIGITAL E INCLUSÃO SOCIAL: ESTAREMOS PREPARADOS? | Aprendizagem Remota
Mediador: Bárbara Sabadin Bueno
Debatedores: Alexandre Martins dos Anjos, Rita Maria Lino Tarcia e Carlos Alberto Oliveira
Sessões abertas:
O cenário da educação mundial, diante da pandemia de Covid-19, experimenta, neste momento, uma realidade totalmente nova, trazendo, a reboque, desafios enormes para toda a sociedade.
No Rio de Janeiro, o grupo de especialistas se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 3

Minhas críticas à BNCC:

1) Primeiro de tudo, o texto é mal escrito. Demasiadamente enfadonho e prolixo, há momentos em que o texto segue, segue e não se desenvolve. De pernóstico já basto eu, mas ao menos procuro resumir o que tento dizer.

2) Nas 600 páginas desse calhamaço, não há uma única vez sequer a palavra ”autismo”. A palavra ”deficiência” aparece 4 vezes em menção à lei de inclusão, mas a palavra ”deficiente” não aparece. A BNCC não é inclusiva às crianças que mais precisam de ajuda, apenas finge ser por questões políticas. Não estão previstos na BNCC, de forma explicitamente designada, parâmetros para lidar com crianças com dificuldades de aprendizagem. (A palavra ”dificuldade” aparece somente 2 vezes e sem relação com o processo de aprendizagem).

Também não aparece a palavra ”demência” (mas esta eu ainda posso relevar por ser um assunto do campo de saúde).

3) A BNCC tenta ser um guia geral, e, por isso, é tão generalista que não propõe algo concreto. Sua contribuição fica num campo muito abstrato, como que numa ”carta de intenções”. Ela diz o que fazer, não como fazer. Se, em lugar de ser um guia geral, fosse uma matriz curricular prática, teria sido um trabalho muito mais útil.

4) Em nenhum momento se mencionam as ”janelas de aprendizagem” (”windows of opportunities”), períodos de tempo específicos na vida da criança (já bem conhecidos e determinados) onde o cérebro está em condições ótimas de aprender/apreender certas coisas. Pelo contrário, a BNCC explicita claramente não haver ordem hierárquica ou temporal para a implementação das aprendizagens essenciais. Perde-se a oportunidade de institucionalizar melhores práticas pedagógicas como o padrão esperado a ser implementado na primeira infância, e em lugar disso, mantém-se a discricionariedade possivelmente sub-ótima dos entes educacionais no planejamento pedagógico dessa fase.

Fonte: http://achievepoa.com.br/2020/11/11/janelas-de-aprendizagem-ou-janelas-de-oportunidades/

5) A BNCC trata o ensino em escolas como sendo prioritário: “[…] ingresso e permanência em uma escola de Educação Básica, sem o que o direito de aprender não se concretiza.” (p.15) Ou seja, homeschooling não é abarcado pela BNCC. Não apenas a questão da instrução obtida por meio do ensino doméstico é omitida, mas também a importância das creches na educação pré-escolar é superestimada, como se a permanência da criança com a família nesse período não fosse muito mais importante do que a função meramente auxiliar do Estado.

Bebê é para ficar com a família. Creche é o último recurso quando os pais e família não podem/conseguem cuidar do bebê. Essa idéia de entregar os bebês para serem criados por agentes do Estado tem origens repudiáveis e faz parte da ideologia que hoje corrompe a sociedade ocidental.

O que seria correto era a BNCC/Estado chamar as famílias para participar ativamente da educação infantil, orientando que essa educação se dá desde a primeira infância, ensinando aos pais tanto as técnicas para o desenvolvimento cognitivo dos bebês quanto as técnicas para aferir se a criança tem algum tipo de problema de desenvolvimento.

6) O choque que ocorre quando da passagem da primeira para a segunda fase do ensino fundamental (da professorinha do ano para os 500 professores de matérias) é similar ao choque sobre o qual escrevi em meu TCC de docência, quando saímos do ensino médio (os professores e a escola te ajudam) para o ensino superior (se vira aí). Esse choque é discriminado na BNCC, que orienta “Realizar as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto no 6º ano, para apoiar os alunos nesse processo de transição, pode evitar ruptura no processo de aprendizagem, garantindo-lhes maiores condições de sucesso.“. (p.59)

Mas como? O choque se dá exatamente pela mudança brusca de metodologia pedagógica (tal como no caso do ensino superior). Em meu TCC, minha proposta de ”alfabetização acadêmica” consiste exatamente em acolher e orientar os ingressantes no novo método de ensino-aprendizagem no qual estarão inseridos. Mas não encontrei nada parecido na BNCC, deixando a cargo das escolas definirem como isso será implementado. Ou seja, reconhece-se um problema já conhecido, desconhece-se a solução, e passam a batata-quente para os professores na ponta da linha. ಠ_ಠ

7.a) O uso de tecnologias de comunicação pelos jovens é estimulado juntamente com o desenvolvimento de sua autonomia. Do meu ponto de vista, criança não deveria ter acesso a telefone celular, muito menos computador com internet. A humanidade está encantada com as telinhas coloridas, mas nada substitui o hábito de ter um bom livro nas mãos, de escrever à mão, de desenhar mapas à mão, fazer resumos à mão, de procurar em enciclopédias físicas e dicionários à mão. A tecnologia é inventada para facilitar as coisas, mas na ânsia de dar aos filhos o que não tivemos, por vezes esquecemos de dar aquilo de bom que tivemos.

Para saber mais: Psicólogo vê risco de retrocesso para humanidade com vício em telas

7.b) Parece-me demasiadamente precoce que, na realidade brasileira, sobre crianças de 6 a 14 anos seja imputada a responsabilidade de decidir autonomamente sobre certas questões. O estímulo à independência das crianças é interessante, mas não é uma questão restrita ao contexto escolar. Para que a criança tenha autonomia, é necessário todo um contexto sociocultural, que envolve desde o núcleo familiar, passando pela sociedade como um todo, até chegar à função do Estado. Colocar a escola como força motriz dessa complexa transformação social sem engajar ativamente e ponderadamente os demais componentes sociais está fadado ao fracasso. No Japão, por exemplo, crianças são praticamente autônomas em totalidade logo aos 10 anos, mas isso é possível graças a todo um contexto cultural na qual ela está inserida. Já no Brasil:

A criança acima e pensa e age de forma autônoma e independente, tal como muitas mulheres adultas que agem sem pensar nas conseqüências de suas ações. Até que ponto, qual é a linha demarcatória, qual é o limite? Defendo que não pode ser assim: criança é criança e deve ser guiada por adultos responsáveis. Ela ainda não tem maturidade (que somente é adquirida com experiência de vida) para decidir por conta própria o que é melhor para si. Por isso sou contrário a experiências tais como a da Escola da Ponte, onde crianças e jovens decidem o que querem estudar. Criança não tem que ter sobre si o peso de decidir essas coisas. Essa responsabilidade é dos adultos. Criança só tem que se preocupar em brincar e aprender.

8) Educação Física (esportes) está posta juntamente com Idiomas e Artes. Compreendo que sejam três formas de expressão humanas, logo são vinculadas semanticamente entre si. Mas são três áreas tão diversas que me parece forçado que tenham sido especificadas conjuntamente (o que difere de uma abordagem/um trabalho transdisciplinar). Cada qual possui conhecimentos próprios, metodologia de trabalho própria, funções sociais próprias. Ainda que possam ser trabalhadas interdisciplinarmente, suas peculiaridades as tornam campos distintos de saberes, ainda que todos pertinentes ao campo maior da expressão humana.

Para saber mais: Gosto se discute, sim.

Para saber mais: Um resumo sobre musculação

9) Por fim, gostaria de ressaltar a ideologia política que permeia trechos do texto. Embora reconheça que a maior parte do texto seja totalmente isenta de vieses políticos, é possível encontrar segmentos onde certas narrativas ideológicas aparecem. Não abordarei a BNCC em sua integralidade, pois seria um extenuante trabalho infrutífero, mas posso exemplificar com uma das passagens em que vi.

Observe o texto da página 68 que segue a seguir:

As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e  multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. As  novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a qualquer um a produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes da Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em  diferentes mídias, como também produzir e publicar fotos, vídeos diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias  colaborativas, revistas e livros digitais etc. Depois de ler um livro de literatura ou assistir a um filme, pode-se postar  comentários em redes sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores, acompanhar de perto seu trabalho; podemos  produzir playlists, vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre  outras muitas possibilidades. Em tese, a Web é democrática: todos podem acessá-la e alimentá-la continuamente. Mas se  esse espaço é livre e bastante familiar para crianças, adolescentes e jovens de hoje, por que a escola teria que, de alguma  forma, considerá-lo? Ser familiarizado e usar não significa necessariamente levar em conta as dimensões ética, estética e  política desse uso, nem tampouco lidar de forma crítica com os conteúdos que circulam na Web. A contrapartida do fato de que todos podem postar quase tudo é que os critérios editoriais e seleção do que é adequado, bom, fidedigno não estão  “garantidos” de início. Passamos a depender de curadores ou de uma curadoria própria, que supõe o desenvolvimento de  diferentes habilidades. A viralização de conteúdos/publicações fomenta fenômenos como o da pós-verdade, em que as  opiniões importam mais do que os fatos em si. Nesse contexto, torna-se menos importante checar/verificar se algo  aconteceu do que simplesmente acreditar que aconteceu (já que isso vai ao encontro da própria opinião ou perspectiva). As fronteiras entre o público e o privado estão sendo recolocadas. Não se trata de querer impor a tradição a qualquer custo,  mas de refletir sobre as redefinições desses limites e de desenvolver habilidades para esse trato, inclusive refletindo sobre  questões envolvendo o excesso de exposição nas redes sociais. Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer qualquer coisa em qualquer situação. Se, potencialmente, a internet seria o lugar para a divergência e o diferente  circularem, na prática, a maioria das interações se dá em diferentes bolhas, em que o outro é parecido e pensa de forma  semelhante. Assim, compete à escola garantir o trato, cada vez mais necessário, com a diversidade, com a diferença.

A princípio, tudo soa muito bem. Porém há, do meu ponto de vista, um gravíssimo problema: “Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer qualquer coisa em qualquer situação.” Isso é verdade. Incitação ao suicídio ou perjúrio são crimes, por exemplo. Mas essas exceções não estão discriminadas no texto. Literalmente, o que há é a defesa da relativização da liberdade de expressão. E liberdade de expressão é irrelativizável: ou você tem, ou não tem. Ou você pode se expressar livremente ou não pode.

É preciso saber reconhecer os discursos de ódio, refletir sobre os limites entre liberdade de expressão e ataque a direitos, […]” (p. 69) Donde surge o grave problema: quem decide o que pode e o que não pode ser dito? Onde se demarca o limite? Quem define o limite?

Isso foi resolvido em 1791 nos EUA. Ninguém tem esse poder:

Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances.

O Congresso não fará nenhuma lei a respeito do estabelecimento de uma religião ou proibindo o livre exercício dela; ou cerceando a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de solicitar ao governo a reparação de suas queixas.

A suprema corte americana também reafirmou há pouco tempo a inexistência da figura jurídica de ”discurso de ódio”. Já no Brasil, a liberdade de expressão não é assegurada de facto, ainda que haja legislação pertinente. Embora os cidadãos sejam amparados pela constituição brasileira em seus artigos 5º e 220, na prática essa liberdade é relativizada consoante a interesses políticos ou ideológicos. Do mesmo modo, representantes legislativos que são especialmente amparados pelo artigo 59 da referida constituição (exatamente para poderem bem exercer suas funções) são punidos dependendo do que disserem e conforme for o caso.

Incluir esse viés ideológico de relativização da liberdade de expressão na Base Nacional Comum Curricular, mascarando-o, embutindo-o dentro de um discurso favorável à independência de pensamento e ao amplo debate, além de incoerente (e hipócrita) é corroborar com a manutenção do controle social: ”você pode falar o que quiser, desde que seja o que eu deixar”.

Encerrando, deixo ao leitor a seguinte tarefa: enquanto há interesse em cercear a plena liberdade de expressão por um lado, observe logo abaixo uma das abordagens preconizadas a serem inseridas dentro do contexto de língua portuguesa pelo outro lado. Qual foi o parâmetro utilizado para sopesar essas decisões? No caso abaixo, é realmente necessário que esses gêneros sejam matéria de estudo dentro de sala de aula?

Analisar as diferentes formas de manifestação da compreensão ativa (réplica ativa) dos textos que circulam nas redes sociais, blogs/microblog, sites e afins e os gêneros que conformam essas práticas de linguagem, como: comentário, carta de leitor, post em rede social, gif, meme, fanfic, vlogs variados, political remix, charge digital, paródias de diferentes tipos, vídeos-minuto, e-zine, fanzine, fanvídeo, vidding, gameplay, walkthrough, detonado, machinima, trailer honesto, playlists comentadas de diferentes tipos etc., de forma a ampliar a compreensão de textos que pertencem a esses gêneros e a possibilitar uma participação mais qualificada do ponto de vista ético, estético e político nas práticas de linguagem da cultura digital. (p.73)

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 2

Acesso em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

O QUE É BNCC? COMO SE ORGANIZA? (Resumo da Base Nacional Comum Curricular) | Aline Supino

6 DIREITOS DE APRENDIZAGEM – Saiba quais são e como colocá-los em PRÁTICA!! | Aline Supino

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 1

O seguinte vídeo trata do processo de criação da BNCC; a diferença entre a BNCC e os antigos Parâmetros Nacionais Curriculares (PNC); a relação entre a federação e os estados e municípios na constituição da matriz curricular escolar; as diferenças entre a BNCC para o ensino fundamental e a para o ensino médio; as dificuldades de implantação; os novos paradigmas de formação humana e construção de conhecimento; a ligação da BNCC com o avanço tecnológico e o uso de TIC’s como ferramenta de educação; a conseqüente necessidade de preparar tanto os professores quanto os livros didáticos para os novos parâmetros (considerando as grandes diferenças regionais atuais); as 10 competências previstas na BNCC; as dificuldades em fornecer acesso igualitário à necessária inclusão digital para o sistema escolar brasileiro composto por instituições de infra-estruturas díspares; o papel do Ministério da Educação na implementação da BNCC.

Competências e aprendizagem remota: um olhar sobre a BNCC | Aprendizagem Remota
“Mediadora: Aline Amorim
Debatedores: Thérèse Hofmann, Fabiano Farias de Souza e José Henrique Paim
Sessões abertas
No Rio de Janeiro, um grupo de especialista se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.”