Projetos educacionais: material complementar – Parte 9

Invertendo a sala de aula invertida

por Mariana Fonseca e Patrícia Gomes 14 de agosto de 2013

Desde que Salman Khan colocou suas videoaulas pelo YouTube e se tornou um professor assistido mais de 280 milhões de vezes, a metodologia da sala de aula invertida tem se tornado cada vez mais popular. Afinal, podia ser uma boa ideia oferecer aos alunos recursos para que tivessem contato com a teoria primeiro, de casa, e deixar para a escola os momentos de discussão e de aprendizado mais profundo. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Educação de Stanford, no entanto, mostra que a experiência educativa pode ser muito mais efetiva se, em vez de aprender de casa, o primeiro contato com determinada disciplina pode ocorrer a partir de atividades práticas, com experiência e investigação. É a reinversão da sala de aula invertida – ou, em inglês, “flip the flipped classroom”.

“Quando se tem uma intuição na educação, é preciso fazer uma pesquisa antes de defendê-la. Foi isso que fizemos com a sala de aula invertida. Ela é uma boa ideia, mas com mais uma inversão no início do processo, ela pode ficar melhor”, disse hoje o brasileiro Paulo Blikstein, professor assistente de Stanford, durante o seminário Estratégias para superar as desigualdades educacionais brasileiras, promovido pela Fundação Lemann. Blikstein é um dos responsáveis pela pesquisa, junto de seu aluno de doutorado Bertrand Schneider.

O recém-lançado estudo Preparing for Future Learning with a Tangible User Interface: The Case of Neuroscience (Preparando-se para a aprendizagem futura com uma interface tangível para o usuário: O caso da neurociência, em livre tradução) mostra que o aprendizado iniciado com a prática pode ser 25% maior do aquele que começa com conceitos abstratos.

Participaram do estudo 28 alunos de graduação, nenhum dos quais tinha tido aula de neurociência anteriormente. Eles foram divididos em dois grupos: metade foi submetido à metodologia da sala de aula invertida e metade ao método que reinverte a sala de aula. No início, todos fizeram um teste sobre conhecimentos de neurociência. Na sequência, o primeiro grupo leu sobre o assunto, enquanto o segundo teve contato com uma ferramenta digital interativa chamada Brain Explorer, que mostra como o cérebro humano processa imagens. No fim dessa etapa, os alunos fizeram uma prova e os que tiveram acesso à atividade exploratória obtiveram nota 30% superior à dos colegas que leram sobre o assunto.

Os grupos, então, trocaram de atividade. Os que tinham lido puderam manipular o Brain Explorer e os que haviam trabalhado com a ferramenta foram ler sobre o assunto. Quando um novo teste foi aplicado, o grupo que tinha sido introduzido ao assunto com uma proposta “mão na massa” voltou a ter nota maior, dessa vez 25% superior do que os outros colegas. Para tirar a prova dos nove, os pesquisadores fizeram todo o experimento novamente usando videoaulas em vez de textos e o resultado foi similar.

De acordo com Blikstein, o estudo não testou grupos de idades diferentes e em assuntos variados. No entanto, ao considerar experimentações semelhantes que chegaram à conclusão parecida, a pesquisa mostra um “forte indício” de que a prática antes da teoria tem um efeito melhor no aprendizado. “O que defendemos é a difusão do aprendizado por projeto, a oportunidade de aprender com mão na massa, de explorar um problema”, afirma o brasileiro, que comanda os FabLabs, um programa que leva laboratórios de ciência de ponta a escolas e permite que os alunos aprendam fazendo as mais diferentes disciplinas – o chamado aprendizado baseado em projeto. “Nós estamos mostrando que experiência, investigação e resolução de problemas não são apenas ‘coisas legais’ de se ter em sala de aula. São mecanismos de aprendizado poderosos que melhoram a performance dos alunos todas as vezes que medimos”, afirmou ele.

Em um editorial assinado no The Stanford Daily, Blikstein e outros dois colegas de pesquisa, Bertrand Schneider e Roy Pea, defendem que o uso de tecnologias educacionais ajuda a oferecer melhores oportunidades de aprendizado aos alunos. “Esses resultados invertem o modelo de sala de aula invertida. Eles sugerem que os estudantes estão mais bem preparados para entender e apreciar a elegância de uma teoria ou de um princípio quando exploram inicialmente a questão por eles mesmos. Novas tecnologias, particularmente ferramentas e interfaces tangíveis, servem bem a esse propósito”, disseram.

No texto, o trio defende a sala de aula invertida, mas faz um alerta: é preciso atentar para a forma como ela é usada. “Com esse estudo, estamos mostrando que a pesquisa em educação é importante porque, às vezes, nossas intuições sobre ‘o que funciona’ estão erradas. A sala de aula invertida vai na direção certa: precisamos de menos aulas expositivas e mais experiências práticas. No entanto, ao não prestar atenção a pesquisas, estamos usando o que é uma boa ideia de um jeito errado.” E concluem com uma alfinetada: “pesquisa em educação é vital para melhorar nossas escolas. Intuição é bom, mas ciência é melhor”.


Fonte: http://porvir.org/invertendo-sala-de-aula-invertida/

Projetos educacionais: material complementar – Parte 8

METODOLOGIAS ATIVAS
Aprendizagem Baseada em Projeto
Material desenvolvido pelo Núcleo de Práticas Pedagógicas ESPM

Disponível em: https://docplayer.com.br/11383171-Metodologias-ativas-aprendizagem-baseada-em-projeto-material-desenvolvido-pelo-nucleo-de-praticas-pedagogicas.html


Fonte: n/a

Projetos educacionais: material complementar – Parte 7

AS METODOLOGIAS ATIVAS E A PROMOÇÃO DA AUTONOMIA DE ESTUDANTES
Neusi Aparecida Navas Berbel

Com este artigo, registra-se uma reflexão respaldada na literatura, tomando como interface estudos voltados para a promoção da autonomia de alunos e o potencial da área pedagógica, com o uso de metodologias ativas, para a obtenção de resultados na mesma direção. O objetivo maior da elaboração do texto é o de, ao identificar pontos de convergência entre essas duas linhas de estudos, compartilhá-los com educadores e seus formadores, provocando uma reflexão crítica e possíveis experimentos, no sentido de ampliar registros e discussões com vistas à qualidade do ensino. São exemplificadas alternativas metodológicas com suas características essenciais, com ênfase na metodologia da problematização com o arco de Maguerez, pelo potencial de levar alunos a aprendizagens para a autonomia, assim como estudos que a utilizaram.

Texto completo: Artigo Berbel 2011 metodologias ativas Ed superior


Fonte: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/10326/0

Projetos educacionais: material complementar – Parte 6

METODOLOGIA DE PROJETOS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORAS/ES: CONTRIBUTOS PARA A APRENDIZAGEM DE CONHECIMENTOS E HABILIDADES REQUERIDAS NA ATUAÇÃO DE EDUCADORAS/ES COMPROMETIDAS/OS COM AS QUESTÕES AMBIENTAIS
Denise de Freitas
Haydée Torres de Oliveira
Vânia Gomes Zuin

Neste artigo exploramos uma experiência pedagógica de formação ambiental em nível universitário, representada pela disciplina Ensino e Pesquisa em Educação Ambiental, ofertada aos estudantes dos cursos de licenciatura, que, entre outros princípios, se centra na metodologia de trabalhos de projetos. Buscamos interpretar em que medida essa pedagogia de projetos tem-se constituído como uma ferramenta intelectual importante na construção de conhecimentos, habilidades e valores que venham a concretizar uma formação ambiental pautada nos princípios pedagógicos que temos adotado quando propomos e experimentamos inovar na estrutura e dinâmica de uma disciplina com propósito de cooperar para a ambientalização do currículo de formação de professores. Para a interpretação dos resultados pautamo-nos nos componentes teórico-metodológicos de um modelo de ambientalização curricular de cursos superiores definido pela Rede ACES (Oliveira & Freitas, 2003 e 2004) que temos adotado em nossas intervenções de ensino e de pesquisa, bem como nos trabalhos de Perrenoud (2003) e Boutinet (1990) que tratam da aprendizagem por meio de projetos, por ajudar-nos a responder, que competências e conhecimentos foram por ele desenvolvidos? Em linhas gerais foi possível observar que a pedagogia por projetos, com todos os seus desafios, tem possibilitado ganhos significativos de natureza cognitiva e afetiva para todos os envolvidos na experiência formativa.

Texto completo: artigo Freitas Oliveira Zuin metodologia de projetos na Ufscar


Fonte: www.ufscar.br/ciecultura/denise/evento_1.pdf

Projetos educacionais: material complementar – Parte 5

INTERDISCIPLINARIDADE, MÚSICA E EDUCAÇÃO MUSICAL
Rita de Cássia Fucci Amato

Este artigo apresenta algumas reflexões sobre as possibilidades de exploração das inter-relações entre saberes e práticas musicais e de outras áreas. Para tanto, elucida inicialmente alguns termos congêneres que identificam modalidades e abordagens de pesquisa baseadas no relacionamento entre diferentes campos do conhecimento, tais como interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, transdisciplinaridade, pluridisciplinaridade e multirreferencialidade. A seguir são apresentadas algumas possibilidades de explorações interdisciplinares envolvendo a música e a educação musical. O estudo é realizado com base
em uma revisão de literatura envolvendo áreas como música, educação musical, educação, sociologia, gestão e ciências da saúde, além da filosofia, da teoria do conhecimento e da epistemologia. Conclui-se apontando reais caminhos de integração interdisciplinar na música e na educação musical.

Texto completo: artigo interdisciplinaridade musica edmus Amato RevOpus16n1-2010


Fonte: https://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/download/224/203

Projetos educacionais: material complementar – Parte 4

CONTRIBUTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA TESE INTERDISCIPLINAR
Carlos Pimenta

Os conceitos e a terminologia da interdisciplinaridade são ambíguos, com utilização múltipla. Começamos por precisá-los. A interdisciplinaridade nem sempre é epistemologicamente superior à disciplinaridade, mas apresenta manifestas vantagens explicativas em vários projectos de investigação, contribuindo decisivamente para o progresso científico. A sua utilização exige ter consciência das dificuldades (ontológicas, epistemológicas, organizativas e psicológicas) e saber superá-las. Apresentam-se algumas formas de as superar durante a realização de uma tese, tomando como referência o doutoramento.

Texto completo: artigo interdisciplinaridade Pimenta 2008


Fonte: http://e-revista.unioeste.br/index.php/ideacao/article/view/4144

Projetos educacionais: material complementar – Parte 3

A ABORDAGEM SISTÊMICA NA PESQUISA EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Alfredo Iarozinski Neto
Maria Silene Leite

A Engenharia de Produção está afeta a problemas que se caracterizam pela complexidade. Para serem resolvidos, esses problemas demandam conhecimentos que vão além da matemática e da física, como ocorre nas engenharias mais clássicas. Eles necessitam de uma abordagem que permita o acesso ao conhecimento de várias disciplinas simultaneamente, ou seja, uma abordagem interdisciplinar. Para praticar a interdisciplinaridade e sistematizar o processo de pesquisa na Engenharia de Produção é apresentada a abordagem sistêmica. Ela é capaz de levar em conta o conjunto das variáveis que caracterizam os problemas considerados complexos. A base metodológica escolhida para implementar a abordagem sistêmica é a sistemografia, que permite ampliar o horizonte de pesquisa para aproximar a realidade do fenômeno observado. Finalmente, será mostrada como a abordagem sistêmica permite que o pesquisador trabalhe em um nível maior de subjetividade sem perder a tão necessária “objetividade” científica.

Texto completo: http://www.scielo.br/pdf/prod/v20n1/aop_200804040


Fonte: N/A

Projetos educacionais: material complementar – Parte 2

METODOLOGIA DE PROJETOS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA SIGNIFICATIVA NA PRÁTICA DE ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS
Elizabeth Cardoso Gerhardt Manfredo

Trata-se de um estudo que analisa as perspectivas da metodologia de projetos na formação de professores reflexivos e pesquisadores, entendendo tal prática como uma estratégia formativa que apóia de um lado a formação docente e de outro contribui com os contextos locais em que se insere. Tal estudo envolveu graduandos do curso de Licenciatura em Ciências Naturais, Habilitação em Biologia e Química de uma universidade pública no município de Marabá-Pará, no ano de 2005. Os dados foram produzidos a partir das observações durante a experiência e do conteúdo dos relatórios da disciplina Prática de Ensino, sendo agrupados em dois eixos (1) valor formativo da experiência com projetos, e (2) intervenção na realidade local. As análises evidenciam aspectos relevantes dos projetos didáticos para a formação do professor de ciências, e ainda seu potencial de intervenção em problemas concretos, provocando ações, reflexões e práticas educativas que fortalecem a identidade docente dos futuros professores.

Texto completo: artigo Manfredo_metodologiadeprojetos licenciatura ciências


Fonte: http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID26/pdf/2006_1_3_26.pdf

Projetos educacionais: material complementar – Parte 1

PROJETOS DE APRENDIZAGEM BASEADOS EM PROBLEMA NO CONTEXTO DA WEB 2.0: POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Daiana Trein
Eliane D. R. Schlemmer

O artigo apresenta uma reflexão sobre as possibilidades das práticas pedagógicas, no contexto do uso das Tecnologias Digitais Virtuais Emergentes – TDVEs, especificamente no que se relaciona com as ferramentas da Web 2.0. Estabelece uma relação entre a Web 1.0 e a cultura do ensino e a Web 2.0 e a cultura da aprendizagem, abordando os projetos de aprendizagem baseados em problemas, como uma alternativa para os currículos disciplinares.

Texto completo: artigo projetos aprendizagem curso licenciatura pedagogia Unisinos


Fonte: Revista E-Curriculum, São Paulo, v. 4, n. 2, jun 2009.
http://www.pucsp.br/ecurriculum

Acervo completo: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/issue/archive

O trabalho por projetos – Parte 1

PEDAGOGIAS DE PROJETOS: FUNDAMENTOS E IMPLICAÇÕES
Maria Elisabette Brisola Brito Prado

Atualmente, uma das temáticas que vêm sendo discutidas no cenário educacional é o trabalho por projetos.Mas que projeto? O projeto político-pedagógico da escola? O projeto de sala de aula? O projeto do professor? O projeto dos alunos? O projeto de informática? O projeto da TV Escola? O projeto da biblioteca? Essa diversidade de projetos que circula freqüentemente no âmbito do sistema de ensino muitas vezes deixa o professor preocupado em saber como situar sua prática pedagógica em termos de propiciar aos alunos uma nova forma de aprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar.

Texto dentro da coletânea ”Tecnologia, currículos e projetos”

Este capítulo traz uma coleção de artigos referentes às novas maneiras de ensinar, aprender e desenvolver o currículo ao integrar diferentes tecnologias à prática pedagógica voltada à aprendizagem significativa do aluno, especialmente quando se trabalha com projetos. Sob essa ótica, o aluno, sujeito ativo da aprendizagem, aprende ao fazer, levantar e testar
idéias, experimentar, aplicar conhecimentos e representar o pensamento. Cabe ao professor criar situações que provoquem os alunos a interagir entre si, trabalhar em grupo, buscar informações, dialogar com especialistas e produzir novos conhecimentos.

Texto completo: Articulações entre áreas de conhecimento e tecnologia


Fonte: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/1sf.pdf