Importante:

Dia 12/06/2023 fui expulso do Vimeo. Minha conta foi cancelada e todos os vídeos removidos. Isso significa que muitas (muitas) postagens aqui ficaram quebradas (sem vídeo). Nesta página eu tenho postagens que embarcam três plataformas de vídeos, o Tumblr para vídeos curtos, o Facebook para alguns vídeos mais antigos e o Vimeo para vídeos longos. Estes não aparecem mais. Já fiz uma conta no BitChute e, aos poucos, estarei colocando os vídeos do Vimeo de volta.

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Se isso acontecer, basta clicar no título da postagem para abri-la noutra aba de seu navegador e o vídeo carregará normalmente.

Problemas no SISPATRI RJ 2024

E na aventura de hoje, conto como consegui fazer a impressão de meu IR2. Do início:

Sou servidor público do Estado do Rio de Janeiro. Significa que o governo tira do contribuinte e paga meu salário (muito obrigado, caro leitor). Mas também me cobra imposto de renda, ou seja, imposto sobre o salário que me paga. Por isso, sou obrigado a declarar o imposto de renda, como todo brasileiro. Tenho que dizer ao governo que me pagou quanto me pagou e quanto me taxou. Duas vezes: uma para o governo federal e outra para o estadual.

Por que a gente tem que pagar pelo salário que recebe?

 

Seja como for, após fazer a declaração para a Receita Federal, fiz a declaração para o sistema Estadual. Só que na hora de imprimir meu comprovante, não foi possível. Diferentemente dos outros anos, não apareceu para mim a opção de imprimir o recibo da declaração de bens ao Estado. Tentei no dia seguinte e nada. Perguntei a colegas de trabalho que me disseram haver conseguido. Então fui até o RH da UERJ perguntar o que se passava. A atendente disse para eu seguir por outro caminho, segui o tal caminho e… nada.

Ó, raios! Eu declarei! Quero o comprovante de que eu declarei! Ainda mais por saber que houve casos de colegas que declararam e depois ouviram que não haviam declarado…

Então resolvi fuçar. E vejamos o que encontrei:

Fuçando o código fonte da página do SISPATRI, descobri que o Ronaldo tirou a opção de imprimir o recibo da declaração de bens. Quem é o Ronaldo? Não faço idéia. Por que ele tirou? Também não sei. Mas dá para consertar.
É só remover o estilo “oculto” do código fonte…
… que aparece a opção para imprimir!

Espero que isso possa ajudar algum colega desavisado que seja tomado de surpresa pelas travessuras do Ronaldo.

Isso lembra até a vez que encontrei uma macumba no código do G1

Por que um Byte tem 8 Bits?

Compartilhando vídeo de um professor de ciência da computação da UERJ.
Você pode encontrar mais sobre o trabalho dele aqui: http://www.araujo.eng.uerj.br

Por que um Byte tem 8 Bits? | João Araujo
Um Byte podia ter 6, 7, ou até 20 bits. Por que então ele tem 8 bits?
Neste vídeo eu explico isso e também de onde vem o nome Byte.
Se você se interessa em aprender a programar, no meu livro “Introdução à programação e aos Algoritmos” eu ensino a programação partindo do zero, e ainda presto uma homenagem aos personagens e às histórias que nos permitiram chegar até aqui.

(PDF) Adaptação Curricular, de Rosana Glat e Eloiza da Silva Gomes

Há algum tempo, em meu trabalho na UERJ, fiz o levantamento de bibliografia para compra de acervo para o curso de Medicina, que você pode conferir aqui: https://pedrofigueira.pro.br/bibliografia-basica-para-o-curso-de-medicina/ O processo já correu e a biblioteca já faz parte do corpo da instituição.

Durante aquele levantamento, observei que há diversos artigos que são amplamente utilizados durante o curso, dentre eles o artigo abaixo. Acontece que é um artigo muito citado, especialmente por ser de docentes de nossa instituição, porém o repositório original (cnotinfor) não existe mais. O hyperlink está quebrado. Resolvi compartilhá-lo aqui, pois pode ajudar quem estiver procurando-o.

GLAT, Rosana; OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de. Adaptação Curricular. Educação Inclusiva no Brasil. Banco Mundial, 2003, Cnotinfor: Portugal. Disponível em: <http://cnotinfor.imagina.pt/inclusiva/pdf/Adaptacao_curricular_pt.pdf>.

Texto completo: Adaptacao-curricular-Rosana-Glat-Eloiza-Oliveira-UERJ

Autismo em apenas um (1) de gêmeos idênticos.

Esta história é um fragmento da vida de Josie. Irmã gêmea de Carrie, Josie possui autismo com certo grau de severidade. Nos vídeos a seguir, veja como foi feito parte de seu tratamento, ministrado pelo Dr. Kamp, e como sua vida seguiu dos 4 aos 10 anos de idade. O Professor Doutor L. N. J. Kamp, professor de psiquiatria infantil da Universidade de Utrecht, Holanda, demonstra as técnicas que era usada à época, muito similares às técnicas usadas atualmente.

E não: você não pode dar os remédios do vídeo para seu filho. O vídeo é da década se 1960, quando estavam ainda descobrindo medicamentos.

A primeira parte do documentário está em um canal e as três seguintes noutro. Embora haja trechos repetidos, cada parte tem ênfase em determinado aspecto do autismo de Josie. As quatro partes seguem em ordem abaixo:

Na primeira parte, vemos as principais diferenças no comportamento entre Josie e sua irmã Carrie. O evidente comportamento estereotipado de repetição, falta de interesse em pessoas, incompreensibilidade da fala, maior interesse na forma do objeto do que em sua função, fobias, ansiedade e ambivalência de sentimentos quanto a suas próprias ações.  Esta primeira parte trata com mais ênfase dos primeiros anos de Josie e sua dificuldade com ações básicas.

Na segunda parte, vemos algumas outras estereotipias. O a fobia de Josie com relação a pedaços e seu relacionamento com isso é mais evidente. Também vemos mais uma vez sua fixação por dentes e objetos destrutivos. Na terceira parte, vemos algumas formas de tratamento, bem como a relação de Josie com a água. Vemos como ela passou por fases de fobia e interesse, fases em que teve medo de sair da cama, fases em que sentia muita insegurança. Na quarta parte, vemos com mais detalhe o interesse fixo de Josie em roupas, bem como o jogo de Crocolin, onde podemos perceber a inadequação de seu comportamento e sua ansiedade/dificuldade em  lidar com as próprias ações.

Autism in one of two identical twins 1961 documentary Part 1 of 4 | Snacky Grape Pika Mirror

Autism in one of two identical twins. 1961 documentary part 2 of 4 |Mental Health Treatment

Autism in One of Two Identical Twins | 1961 Documentary (Pt. 3 of 4) | Mental Health Treatment

Autism in One of Two Identical Twins | 1961 | Mental Health Treatment

O perigo do Islamismo no Brasil e no mundo: Brigitte Gabriel

Brigitte Gabriel contando a sua história. Brigitte Gabriel telling her story. | Mega Trilheiro
Não é uma simples questão de terras ou de religião, é uma questão de sobrevivência. É uma questão do bem contra o mal. O radicalismo islâmico não deve ser tratado com condescendência.

Segundo repositório
Brigitte Gabriel conta sua história

Cultura japonesa – Lado B

Saudações, meu caro gaijin. Esta é a segunda parte em que falo sobre a cultura japonesa de um modo geral. Na primeira parte, falei sobre as coisas que admiro na sociedade japonesa e exemplifiquei com alguns vídeos. Admiro o sentimento de ”pertencimento” (fazer parte de) a um corpo social, o que leva a um senso de responsabilidade e cooperação mútuo entre as pessoas.1 Admiro o respeito, a modéstia, a ordem. Porém, conforme escrevi, passando o tempo a gente vê que as coisas não são tão boas assim. Afinal, o que o Japão teria de ruim?

Os japoneses sabem bem onde seus próprios sapatos apertam. Não pretendo falar sob o ponto de vista japonês. Primeiro, porque não sou japonês; segundo, porque não estou lá. Só posso falar a partir da perspectiva de um estrangeiro. Já aí começam os problemas.

Você é um estrangeiro (gaijin)? Então você sempre será um gaijin. Você jamais será considerado um japonês, mesmo se naturalizando. Não interessa se você mora no Japão há cinqüenta anos, se seu japonês é fluente por ser professor de japonês e cultura japonesa, se sua esposa é japonesa, se seus filhos são japoneses. Você é um estrangeiro, sua mulher é aquela ”casada com um estrangeiro”, seu filho é aquele ”filho do estrangeiro”. Por mais que hoje em dia as coisas sejam muito mais brandas do que eram cem anos atrás, e que os jovens sejam muito mais receptivos, japoneses são ”veladamente xenofóbicos”.

Não interprete mal: os japoneses são bastante hospitaleiros e tratam muito bem os estrangeiros, desde que estes adiram à sua cultura. Você pode viver uma vida maravilhosa por lá seguindo as regras locais, embora no recôndito do nativo você sempre seja visto como um estrangeiro. É completamente diferente do Brasil, país formado pela mistura de gente de todas as partes do mundo. Por aqui, sabendo falar português do Brasil sem sotaque, não tem como saber se o sujeito é estrangeiro ou não. Mas o Japão é um país bastante homogêneo e salta à vista se você vem de fora. Não se esqueça de que o Japão é um arquipélago relativamente isolado no Oceano Pacífico.

Outra coisa que mencionei (duas vezes) no parágrafo acima é a adequação às normas locais. O modo de vida japonês, as relações sociais e o que se espera de você são bem definidos (embora inexplícitos). É extremamente deselegante querer impor seu modo de vida estrangeiro por lá. Eles não têm tolerância alguma com quem quer burlar as regras a todos impostas. Se você se comportar mal, principalmente em espaço público, não se assuste se alguém chamar a polícia para te deter por um ”pequeno desvio” como chamaríamos por aqui no Brasil. Se você vai para o Japão, vai ter que viver em público como um japonês. Ou então nem vá.

Os princípios básicos de boa educação, como não furar fila, manter-se do lado na escada rolante para que outra pessoa passe ao seu lado, colocar o lixo no bolso até encontrar uma lixeira, não falar alto ou tocar rádio no transporte público, cumprimentar respeitosamente quem lhe presta serviço, não se vestir como um mondrongo, todas essas coisas que não vemos no Brasil são o mínimo esperado do seu comportamento no Japão. Japoneses não gostam de pessoas rudes e são bem sensíveis quanto a isso.

Essa formalidade (que se apresenta até mesmo no idioma) cria uma certa barreira cultural, pois muitas coisas que consideramos normais, como abraçar, podem ser consideradas rudes dependendo do contexto. E você acaba ofendendo o nativo sem querer.

Outra coisa que o brasileiro faz é contar vantagem. É o mecânico de Chevette que diz saber consertar até avião a jato, ou o pedreirista que se mete a levantar prédio. Além disso ser muito mal visto, também vai lhe colocar em encrencas. Japoneses não têm esse péssimo hábito de dizer serem mais do que são, pelo contrário, tendem a se diminuir. Exemplifico: digamos que você faça pintura de quadros artísticos; quando perguntado como é o seu trabalho, você, por educação, deve responder que é mediano; assim, quando seu trabalho for apresentado, o cliente poderá se admirar com sua habilidade e com a obra. Se você disser que é um bom pintor, além de ser considerado bastante arrogante, o cliente realmente esperará uma obra-prima e você não será capaz de atender à expectativa dele.

Isso mesmo: se você disser que é bom em algo, japoneses esperam que você seja realmente muito bom naquilo. E você vai ter que mostrar serviço. Se no currículo você disser que seu japonês é bom, vai ter que ser realmente muito bom. Business level? Vai ter que ler e interpretar correspondência administrativa e contábil logo no primeiro dia. Fluency? Ai de ti se não entender o cliente com dialeto de outra ilha. Eles não aceitam quem conta vantagem e, se descobrirem que mentiu no seu currículo, você pode perder o emprego na hora. Nunca se vanglorie por lá e conheça o seu lugar.

Uma terceira coisa, falando mais a fundo sobre trabalho, é que o modo como o japonês lida com sua profissão é totalmente diferente do que fazemos por aqui. Por lá, seu trabalho não é uma extensão de sua vida, um adendo, ou uma coisa que você faz para sobreviver ou ganhar dinheiro. Ele é parte integrante de sua vida, é o que te define como membro da sociedade japonesa. Todo trabalho é valorizado e respeitado. Claro que quanto mais alta for sua posição na hierarquia econômica, mais bem visto você é. Mas do faxineiro ao deputado, todos têm um trabalho a realizar como parte do todo. Seu trabalho não é só para você, é para todos ao seu entorno. Se você faltar com suas obrigações, outra pessoa terá que assumir a carga por si.

Aquela noção de pertencimento de que falei faz parte de toda a estrutura social, incluindo o trabalho empresarial. No Japão, trabalhar numa empresa é fazer parte de um time. Não há espaço para individualidade. Você precisa estar sempre se comunicando, sempre participando da interdependência coletiva. Num país como o Brasil, onde só quem marca gol é ovacionado, isto é, em que membros da mesma equipe disputam picuinhas entre si, a cultura japonesa de ajuda mútua entre membros é um conceito alienígena. Apesar de parecer muito bom, isso tem um problema grave.

É a partir daí que surge o grande problema com as horas extras no Japão. O dia de trabalho termina quando a tarefa do dia termina, não quando o relógio marca a saída. Não são incomuns 12h, 14h, 18h de jornada de trabalho. Não é um ”extra”. É o que se espera de você. Isso é um problema gravíssimo no Japão. Muitas pessoas adoecem estafadas pela excessiva carga de trabalho. Burnout, depressão e suicídios. A expectativa e a cobrança são constantes e muita gente não consegue lidar com a pressão contínua que sofre diariamente. Sem férias, sem descansos, as poucas exceções são eventos como casamentos ou funerais. É comum dormir no local de trabalho por pura exaustão. Mortes acarretadas por excesso de trabalho não são incomuns.

Cronogramas e horários são obedecidos rigorosamente. Não se toleram atrasos de qualquer tipo, não há flexibilização. E o serviço deve ser bem realizado. Ou seja, o velho jeitinho brasileiro de postergar as coisas para a última hora e entregar um serviço medíocre é inaceitável. Se você disse que conseguiria levantar um muro em cinco dias, no quinto dia o muro tem que estar pronto e bem feito. Se não puder cumprir o prazo acordado, tivesse dado outro prazo.

Essa inflexibilidade japonesa frente às normas sociais é a principal causa dos problemas da sociedade japonesa. Espera-se que as pessoas cumpram determinados papéis e aqueles que não conseguem se adaptar a essa rigidez são ostracizados. Esse é o resultado do somatório de todas as coisas sobre que discorri até agora.

  1. Japoneses têm uma visão de mundo que coloca o coletivo acima do particular;
  2. Preocupam-se mais com não dar trabalho aos outros do que com a carga que isso impõe sobre si mesmos;
  3. Dão mais valor à sua imagem social do que aos próprios sentimentos;
  4. Vivem em altíssima competitividade, não aceitando que o trabalho não tenha sido feito da melhor forma possível;
  5. Aqueles que não pensam dessa forma são ostracizados pelo coletivo, que não aceita o individualismo de livres pensadores.

Apenas o melhor, somente o melhor, o tempo todo, em tudo o que faz. Você tem que ser o melhor aluno da escola. Tem que passar no vestibular (Sentā Shiken) na primeira tentativa. Tem que entregar o melhor trabalho na empresa. Tem que ser o melhor artesão. Tem que ser o melhor artista. Tem que ser. E ainda tem que dizer que não é tão bom assim. E se não quiser pensar e agir assim, é ridicularizado, zombado, excluído e tratado como um perdedor. O resultado é uma sociedade doente. Uma de minhas postagens com certa procura é sobre os fenômenos hikikomori, kodokushi e manboo.

Hikikomori são os eremitas urbanos. Pessoas que se recusam a estudar e trabalhar, e passam a vida dentro de suas casas ou dentro de seus quartos em casos mais graves. Com a facilidade de fazer compras com entrega domiciliar, elas não precisam sair para nada. Essas pessoas são muitas vezes sustentadas por seus pais idosos aposentados. São pessoas que optaram por apartarem-se da sociedade. Os motivos são os mais diversos: uma decepção amorosa, não passar para a faculdade, perda de emprego. Em todos os casos, são aqueles que não conseguiram suportar a pressão da rígida e estrita sociedade japonesa e, numa ação de fuga, isolaram-se do mundo que os cerca.

Kodokushi é o fenômeno da morte solitária. Esse distanciamento afetivo de si mesmo e dos outros que a sociedade japonesa impõe com um sem número de regras de etiqueta e papéis esperados do indivíduo associados ao envelhecimento populacional faz com que pessoas idosas em cada vez maior número passem a morar sozinhas. São famílias que se afastam. São pais não querem dar trabalho aos filhos. São viúvos sem parentes. São pessoas que vivem sozinhas em suas casas até o último de seus dias, quando morrem vítimas de quedas ou de infartos, por exemplo. Com as contas sendo pagas no débito automático e recebendo suas pensões, ninguém, nem mesmo os vizinhos, dá falta delas. Passam-se semanas ou meses até que descubram o corpo já decomposto no chão de seus apartamentos ou pequenas casas.

Manboo é o fenômeno dos sem-teto que se abrigam em lan-houses (cyber cafes). Pessoas que pelos mais diversos motivos não têm onde morar e optam por alugar um computador numa lan-house para não terem que passar a noite nas ruas. No Japão, os computadores são ofertados nessas casas de forma individual, em cubículos de 2 metros quadrados. Ali os desabrigados podem pernoitar, deixar suas coisas durante o dia e usar o banheiro coletivo. Podem ser pessoas que têm muita vergonha da situação por que estão passando e não querem que suas famílias saibam. Podem ser jovens que fugiram de casa. Podem ser idosos que perderam tudo e não têm outro lugar para onde ir. Ou pode ser uma decisão pensada por conta da crise econômica japonesa.

Embora fugindo do escopo deste texto, creio ser importante registrar que a economia japonesa está horrível. Trabalha-se muito, mas os salários são baixos. O desemprego formal aumenta, com pessoas dependendo de empregos temporários de um ou dois dias. Há ainda uma grave crise habitacional. O preço dos aluguéis é impagável e o número de sem-teto está aumentando. Por vezes, a vida no manboo acaba sendo uma decisão necessária para sobreviver. Isso também pesa no psicológico das pessoas.

Não é à toa que a densidade demográfica da população japonesa encontra-se em queda livre. Quem em sã consciência teria filhos num lugar onde se vive para trabalhar; para atender às expectativas dos outros, alijando-se de si mesmo uma vida inteira; para no final morrer sozinho e esquecido num quarto de 3 metros quadrados? É muito bonitinho ver o Japão pela lente do guia turístico: casinhas bem ajeitadas, pessoas bem educadas, tudo bem limpinho, desenhos animados, artesanato, artes marciais. Enquanto isso, apenas o bosque de Aokihagara registra pelo menos 100 suicídios por ano.

Buda ensina que o caminho do meio é a chave para a felicidade. Se a permissividade brasileira é ruim, a austeridade japonesa também o é. É sim possível ter uma vida muito boa no Japão. Só é mais difícil se você for japonês…

Placa suplicando aos visitantes de Aokihagara que estejam pensando em cometer suicídio, que não se matem e que procurem ajuda.

  1. Sentimento é algo mais subjetivo. Senso é algo mais racionalizado. 

Cultura japonesa – Lado A

Eu, assim como muitos e muitos brasileiros, admiro a cultura japonesa. Recordo-me de quando era menino e queria emigrar para o Japão. Até mesmo fui ao consulado algumas vezes quando adolescente para saber como era o ingresso em faculdade por lá. Não tive ainda a oportunidade de aprender adequadamente soroban, go ou nihongo, embora tenha noções rudimentares sobre essas coisas. Não tenho interesse no Japão por ser uma ”cultura exótica”, mas pela forma como seu povo se organiza. A boa educação das pessoas, o respeito à comunidade, a preservação dos espaços públicos sempre me cativaram. Mas será que a vida no Japão é tão boa assim?

Conforme os anos passaram e para lá não fui, observei também certas características que comumente passam despercebidas. Nesta primeira postagem, eu compartilho vídeos que falam das coisas boas relacionadas com a cultura e a vivência japonesa, exatamente aquilo que nos faz admirar o povo japonês.

O primeiro vídeo trata do assunto mais importante em voga na discussão da sociedade brasileira hodierna: a violência. Urbana ou rural, a violência é o principal assunto do dia-a-dia brasileiro. Temos uma quantidade muito grande de homicídios (boa parte deles jamais resolvida), furtos e assaltos, estupros e seqüestros. Mesmo considerando a imensa geografia e as disparidades demográficas, os números estão muito acima comparativamente a outras nações, mesmo as em nível de desenvolvimento similar.

Num país em que a criminalidade compensa (e compensa muito bem), e em que somos estimulados a não cumprir as regras sociais, sejam elas quais forem, o errado está certo e o certo está errado. É possível uma pátria prosperar quando seus filhos carecem de civilidade? De cidadania? Em que não é incomum haver seqüestro seguido de estupro e latrocínio? Vivemos sob a sombra constante da violência num país onde o homem ao lado é mais perigoso do que os grandes desastres naturais. Perigoso enquanto indivíduo, referindo-me aos casos de violência direta; e perigoso enquanto coletivo, referindo-me ao descaso frente a Brumadinho, a Mariana, a Maceió…

Nisso o Japão demonstra ser muito superior ao Brasil. A população japonesa é estimulada desde a mais tenra infância não apenas a ser honesta, mas também a repudiar a desonestidade. É estimulada a viver em comunidade (real), a se importar com o bem-estar de seus semelhantes. Conforme exemplificado nos vídeos seguintes, é o somatório de vários níveis de educação que forma o modo de viver japonês.

No primeiro vídeo, o autor fala sobre o funcionamento das associações de moradores japoneses. São os próprios moradores que se organizam e resolvem os assuntos pertinentes à sua localidade, sem depender (ou esperar a boa vontade) da prefeitura. O exercício direto da cidadania, sem intermediários, sem delegação de problemas a outrem demonstra ser muito mais eficiente do que o modelo brasileiro, no qual ansiosamente espera-se que o outro resolva as coisas por nós. (Vide: Edições Independentes). Recordo-me da época em que estudei kung fu por um curto período de tempo. Uma das atividades de todos os participantes era cuidar da manutenção do local de treino. Pintura, conserto de cadeiras, essas coisas. O motivo pelo qual se pedia para fazer isso é porque se você pinta a parede, não vai colocar o pé nela e sujá-la depois. Se você lava o banheiro, não vai sujar depois. Se você varre o chão, não vai sujar depois. Você preserva aquilo que lhe dá trabalho para cuidar. O senso de cooperação entre os membros e também o de fiscalização mútua são cultivados no dia-a-dia.

Isso é visto nas escolas japonesas, onde são as crianças as responsáveis pela limpeza, por fazer a comida, por organizar as coisas. Esse senso de preservar aquilo que é usado conjuntamente pela comunidade inexiste no Brasil. Eu trabalho na UERJ e vi o trabalhão que deu fazer a reforma de todos os banheiros da universidade. Gastaram-se rios de dinheiro e meses de trabalho para deixar tudo em novíssimo (e até luxuoso) estado. Em menos de duas semanas (duas semanas), todos os banheiros utilizados pelos alunos já estavam quebrados. Até sifão de pia roubaram.

Vivo numa sociedade em que o vizinho de cima varre sua varanda jogando a sujeira no quintal do vizinho de baixo. Em que importa apenas ter a vantagem nas coisas; não ser prejudicado; ser mais esperto. Como esperar cidadania e paz social, se é normal jogar sujeira pela janela do ônibus? Como esperar lisura administrativa nos altos escalões do governo, se é normal furar fila? Como esperar ruas limpas, se quem suja não é obrigado a limpar?

Como seria se adotássemos o modelo de associação de bairro no Brasil? (Se os alunos fossem obrigados a reparar os banheiros, estes ainda estariam inteiros.)

O terceiro vídeo que selecionei retorna ao tema da violência, mas o observando pela perspectiva do senso de comunidade visto no segundo. Eu discordo do autor do vídeo quando ele refuta a tese de que ”os japoneses são mais honestos do que os brasileiros”. Eu acredito que sim, que eles são. Compreendo o que ele quis dizer, que é o contexto social que leva as pessoas a serem desonestas, que é a cultura em que se está inserido que estimula certos comportamentos. Mas meu avô sofreu golpe financeiro, carregou estrume, viveu mal, e não virou bandido. Quem lutou contra a escravidão nasceu numa sociedade escravocrata. Quem lutou pela independência, nasceu numa sociedade conquistada. Índole é algo, em meu entender, inato. Tanto para o bem quanto para o mal. Se o sujeito tem uma índole ruim, ele vai fazer o mal de acordo com suas forças. Se for ignorante, tentará assaltos; se for instruído, tentará estelionatos. E me parece ser da natureza do japonês ser mais honesto do que o brasileiro, pois que, mesmo havendo criminosos no Japão, seu número é desproporcionalmente muito menor.

Os tópicos apresentados neste terceiro vídeo sobre as principais características do sistema japonês são os seguintes:

  • o sistema penal japonês não é ”reeducativo” (como no Brasil): é um sistema punitivo: criminosos são punidos por seus delitos;
  • há prisão perpétua e, nos casos extremos, pena capital;
  • o japonês confia em seu sistema judiciário (você confia na justiça do Brasil?);
  • as conseqüências da punição se estendem à família do criminoso;
  • absoluta intolerância à criminalidade, mesmo pequenos delitos;
  • alta taxa de resolução de crimes;
  • denúncias são estimuladas no Japão, enquanto que no Brasil são mal vistas;
  • pessoas são recompensadas por sua honestidade.

Parece tudo ser muito bom, não é? Nesta primeira parte falei sobre aquilo que o Japão faz muito melhor do que o Brasil. Já na próxima postagem, pretendo escrever sobre o que não é tão bom assim.

É MAIS PERIGOSO MORRER EM UM TERREMOTO NO JAPÃO, OU PELA VIOLÊNCIA NO BRASIL? | Viva o Japão!

POR QUE O JAPÃO É TÃO LIMPO? O BRASIL PODE SER ASSIM UM DIA? ENTENDA | Viva o Japão!

JAPONESES SÃO MAIS HONESTOS QUE O BRASILEIROS? O QUE O JAPÃO TEM A ENSINAR O BRASIL? ENTENDA | Viva o Japão!

Brasileiro tem orgulho da própria burrice

Este meu website aparenta estar parado há alguns meses. Não tenho feito postagens novas desde outubro de 2023 e isso pode dar a impressão de que o abandonei. Não é o caso. Diariamente eu entro na página de administração para ver como estão indo as postagens, quantas pessoas visualizaram meu trabalho etc. Não tenho postado nada recentemente pelo simples fato de estar enfastiado.

Estou completamente enfastiado com a sociedade em que me encontro. Masoquistamente assisto excertos de podcasts sobre as relações humanas e políticas atuais, para os quais perco as últimas centelhas de esperança que nem ao menos sabia que ainda possuía. Vejo uma sociedade superficial de pessoas superficiais. As pessoas não sabem mais se expressar, não sabem comunicar suas idéias, e muitas vezes nem idéias próprias têm.

Vez ou outra sinto vontade de também gravar vídeos e expor minha opinião (e meus argumentos) ao mundo, mas encontro duas barreiras. A primeira é minha habilidade de me expressar verbalmente, que é praticamente inexistente. Diferentemente do dom da escrita que tenho, ao qual não tenho o menor pudor de enaltecê-lo, ou falsa modéstia para menoscabá-lo, minha habilidade com a palavra oral é pífia. Da dicção à formação e coesão de idéias, parece-me que não há uma boa conexão entre meu cérebro e o aparelho fonador.

A segunda barreira é o alcance inexistente. Como escrevi parágrafos acima, vejo diariamente qual é o alcance do meu trabalho e ele é praticamente nulo. Ora, se escrevendo bem não tenho impacto na sociedade, imagine falando mal? Eu continuo filosofando e estou cozinhando um texto já há algum tempo, apenas esperando o momento certo de inspiração.

Então, em lugar de tentar falar mais do mesmo, deixo o serviço para outras pessoas mais dotadas (e cultas) do que eu. Segue vídeo de Débora Luciano, de um canal especializado em literatura.

Brasileiro tem orgulho da própria burrice | Olá Bocós

 

 

Cupim?

 

Daí eu entro em contato com o síndico do prédio. Primeiro passo na loja do prédio, mas o rapaz não tinha o contato, pedindo que eu retornasse no dia seguinte. Dia seguinte, 20/10, outro funcionário da loja, muito solícito, nos ajuda, permitindo que eu entrasse em contato pelo próprio celular dele com o síndico, Sr. João. Como este não podia me atender por estar em seu trabalho, pede que eu converse com seu auxiliar, o Sr. Duarte. Explicando a situação para o Sr. Duarte, ele vem ao nosso quintal ver a situação, para poder melhor explicar ao Sr. João.

Dia seguinte, hoje, 21/10, é feita a verificação e descobrimos que o cupinzeiro do outro lado da parede é enorme. Acontece que a loja no térreo do prédio está fechada há bastante tempo. Sem ninguém para perceber a tempo, a praga infestou. E está na coluna do prédio, com a parede de 50 cm de espessura praticamente oca.

Esta madrugada estava estudando sobre a história da máquinas que mudaram o mundo. Como o surgimento da superfície plana permitiu a criação dos instrumentos de precisão. A história da precisão mecânica desde a unificação metrológica da Revolução Francesa até o surgimento dos blocos Johansson. O desenvolvimento dos sistemas de torno, desde os tornos medievais, o projeto renascentista de torno de Leonardo da Vinci que já incluía um volante inercial, até o surgimento do primeiro torno metálico em 1751, que possibilitou a Revolução Industrial no século posterior. O surgimento da prensa que, associada com a chegada da tecnologia chinesa de produção de papel, permitiu o surgimento do livro impresso, a mais importante ferramenta para o desenvolvimento da humanidade.

E, esta manhã, tenho que ver caixa de cupim. pqp.

Segunda-feira vem o dono da loja…

Meu comentário acerca do atual conflito em Israel/Palestina.

Este meu site serve, como já disse várias vezes, para expor minha opinião sobre as coisas, para tirar de dentro da garganta o que quero dizer, mas não tenho com quem falar.

Israel não é inocente. As pessoas não entendem o conflito. Acreditam que é algo ”de milhares de anos”. A pior parte é ver os evangélicos neopentecostais defendendo Israel, acreditando que se trata da mesma Israel bíblica, demonstrando total ignorância (seja teológica, seja geopolítica).

O problema começou com a fundação do estado de Israel após a Segunda Grande Guerra, fruto de anos do movimento sionista. Quando o Reino Unido cedeu sua colônia para a fundação de um estado judeu, não levou em consideração os cristãos e muçulmanos que habitavam o local.

Os judeus tiveram de guerrear para manter o controle do território e isso lhes dá o direito sobre o mesmo. O problema é que para manter esse controle, ao longo destes 80 anos, os israelenses promoveram uma política de apartheid com ações em muito similares às acusações feitas sobre os nazistas.

Na prática, quando os judeus sofrem, eles são ”vítimas de preconceito”, mas quando são eles que perpetram crimes de guerra, estão ”mantendo sua soberania”.

Minha aversão à hipocrisia israelense se soma ao asco frente à diarréia verbal de pastores evangélicos defendendo a ”terra santa”, sem entender absolutamente nada sobre as idiossincrasias do conflito. Bem como sem nem ao menos entender que judeus são, e sempre foram, contra cristãos.

Abaixo, segue vídeo em que judeus cospem e agridem mulheres por terem cometido a grande ofensa de serem cristãs.

Eu não sou a favor de Israel. E também não sou a favor dos muçulmanos. Para mim, os dois lados estão errados. São loucos  que cortam pedaços dos pênis dos próprios filhos. acreditam em textos escritos por tribos bárbaras há milhares de anos e lutam pelo controle de uma favela no meio do deserto.

Visão aérea de Jerusalém
É por esta favela que querem se matar.