Por que a representação do autismo na ficção é tão problemática?

Por que a representação do autismo na ficção é tão problemática? | PSICOLOGIA | Minutos de Sanidade
No vídeo de hoje, o psicólogo Ricardo Chagas vai opinar sobre como a síndrome do espectro autista é retratada na ficção, em séries de TV e filmes de hollywood. Seriam o autismo e os autistas representados de maneira fidedigna?
Psicólogo Ricardo Chagas, CRP: 06112895

Tecnologia, inclusão digital e inclusão social – Parte 2

CULTURA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS EM DEBATE VOLUME 1
Organizadores: Gustavo Fernando Almeida 
Luciana Lima Torrezan
Rosana Elisa Catelli
PUC-SP; CETIC.br; NIC.br; CGI.br; Sesc São Paulo, 2019

Educação, cultura, currículo, pesquisa e tecnologias foram os assuntos discutidos no “Cultura, Educação e Tecnologias em Debate”, evento realizado, entre outubro e novembro de 2018, pelo Sesc São Paulo em seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Os encontros desafiavam-nos a refletir sobre o atual momento social e sobre a necessidade de criamos novos meios que nos possibilitem entender a interconexão entre as três áreas – cultura, educação e tecnologia –, as quais constituem o que podemos chamar de “a santa trindade” do século XXI.

Qualquer abordagem sobre desenvolvimento e democracia passa por essa discussão, pois a tríade educação, cultura e tecnologia ocupa um lugar central enquanto preocupação progressista para a construção do novo e para a formação de cidadãos conscientes e dotados de humanidade e senso crítico. Tratam-se de temas vinculados om o nosso presente e imprescindíveis na construção de um futuro próspero, diverso e solidário.

Texto completo: Cultura_educação_e_tecnologias_em_debate VOLUME 1

Fonte: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/1/SESC_CETICbr-Cultura_educação_e_tecnologias_em_debate.pdf


CULTURA, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS EM DEBATE VOLUME 2
Organizadores: Gustavo Fernando Almeida 
Luciana Lima Torrezan
Rosana Elisa Catelli
PUC-SP; CETIC.br; NIC.br; CGI.br; Sesc São Paulo, 2019

O ciclo “Cultura, Educação e Tecnologias em Debate” é proposto pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc SP), por meio do seu Centro de Pesquisa e Formação (CPF Sesc), pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Essa parceria busca refletir sobre aspectos estratégicos na interface entre cultura, educação e tecnologias na sociedade contemporânea.

A fim de ampliar o debate público sobre o momento social e a importância de articular ou criar conexões entre as três áreas neste início de século XXI, convidamos pensadores e pesquisadores para apresentarem reflexões sobre as configurações atuais em que estamos enredados.

Texto completo: Cultura_educacao_e_tecnologias_em_debate_VOLUME 2

Fonte: https://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/116363420191105/Cultura_educacao_e_tecnologias_em_debate_volume2.pdf

Tecnologia, inclusão digital e inclusão social – Parte 1

O seguinte vídeo trata dos seguintes tópicos: a importância das diversas tecnologias de educação à distância (do rádio à internet) para suprir a repentina necessidade durante o tempo em que houve a quarentena; as competências socioemocionais em ambientes mediados por tecnologia de comunicação; a importância do smartphone como principal meio de acesso à internet (em especial para entretenimento e comunicação); a importância da tecnologia de comunicação como instrumento de transformação social; a importância da orientação aos jovens para um melhor uso da tecnologia; a importância de uma melhor distribuição da tecnologia; as mudanças curriculares em conseqüência da necessidade da educação à distância; as mudanças curriculares em conseqüência das mudanças sociais causadas pelo uso maciço da tecnologia; a necessidade de flexibilização dos currículos; as exclusão social derivada da exclusão digital; a necessidade de incluir na formação do professor o uso das tecnologias digitais.

TECNOLOGIA, INCLUSÃO DIGITAL E INCLUSÃO SOCIAL: ESTAREMOS PREPARADOS? | Aprendizagem Remota
Mediador: Bárbara Sabadin Bueno
Debatedores: Alexandre Martins dos Anjos, Rita Maria Lino Tarcia e Carlos Alberto Oliveira
Sessões abertas:
O cenário da educação mundial, diante da pandemia de Covid-19, experimenta, neste momento, uma realidade totalmente nova, trazendo, a reboque, desafios enormes para toda a sociedade.
No Rio de Janeiro, o grupo de especialistas se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 3

Minhas críticas à BNCC:

1) Primeiro de tudo, o texto é mal escrito. Demasiadamente enfadonho e prolixo, há momentos em que o texto segue, segue e não se desenvolve. De pernóstico já basto eu, mas ao menos procuro resumir o que tento dizer.

2) Nas 600 páginas desse calhamaço, não há uma única vez sequer a palavra ”autismo”. A palavra ”deficiência” aparece 4 vezes em menção à lei de inclusão, mas a palavra ”deficiente” não aparece. A BNCC não é inclusiva às crianças que mais precisam de ajuda, apenas finge ser por questões políticas. Não estão previstos na BNCC, de forma explicitamente designada, parâmetros para lidar com crianças com dificuldades de aprendizagem. (A palavra ”dificuldade” aparece somente 2 vezes e sem relação com o processo de aprendizagem).

Também não aparece a palavra ”demência” (mas esta eu ainda posso relevar por ser um assunto do campo de saúde).

3) A BNCC tenta ser um guia geral, e, por isso, é tão generalista que não propõe algo concreto. Sua contribuição fica num campo muito abstrato, como que numa ”carta de intenções”. Ela diz o que fazer, não como fazer. Se, em lugar de ser um guia geral, fosse uma matriz curricular prática, teria sido um trabalho muito mais útil.

4) Em nenhum momento se mencionam as ”janelas de aprendizagem” (”windows of opportunities”), períodos de tempo específicos na vida da criança (já bem conhecidos e determinados) onde o cérebro está em condições ótimas de aprender/apreender certas coisas. Pelo contrário, a BNCC explicita claramente não haver ordem hierárquica ou temporal para a implementação das aprendizagens essenciais. Perde-se a oportunidade de institucionalizar melhores práticas pedagógicas como o padrão esperado a ser implementado na primeira infância, e em lugar disso, mantém-se a discricionariedade possivelmente sub-ótima dos entes educacionais no planejamento pedagógico dessa fase.

Fonte: http://achievepoa.com.br/2020/11/11/janelas-de-aprendizagem-ou-janelas-de-oportunidades/

5) A BNCC trata o ensino em escolas como sendo prioritário: “[…] ingresso e permanência em uma escola de Educação Básica, sem o que o direito de aprender não se concretiza.” (p.15) Ou seja, homeschooling não é abarcado pela BNCC. Não apenas a questão da instrução obtida por meio do ensino doméstico é omitida, mas também a importância das creches na educação pré-escolar é superestimada, como se a permanência da criança com a família nesse período não fosse muito mais importante do que a função meramente auxiliar do Estado.

Bebê é para ficar com a família. Creche é o último recurso quando os pais e família não podem/conseguem cuidar do bebê. Essa idéia de entregar os bebês para serem criados por agentes do Estado tem origens repudiáveis e faz parte da ideologia que hoje corrompe a sociedade ocidental.

O que seria correto era a BNCC/Estado chamar as famílias para participar ativamente da educação infantil, orientando que essa educação se dá desde a primeira infância, ensinando aos pais tanto as técnicas para o desenvolvimento cognitivo dos bebês quanto as técnicas para aferir se a criança tem algum tipo de problema de desenvolvimento.

6) O choque que ocorre quando da passagem da primeira para a segunda fase do ensino fundamental (da professorinha do ano para os 500 professores de matérias) é similar ao choque sobre o qual escrevi em meu TCC de docência, quando saímos do ensino médio (os professores e a escola te ajudam) para o ensino superior (se vira aí). Esse choque é discriminado na BNCC, que orienta “Realizar as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto no 6º ano, para apoiar os alunos nesse processo de transição, pode evitar ruptura no processo de aprendizagem, garantindo-lhes maiores condições de sucesso.“. (p.59)

Mas como? O choque se dá exatamente pela mudança brusca de metodologia pedagógica (tal como no caso do ensino superior). Em meu TCC, minha proposta de ”alfabetização acadêmica” consiste exatamente em acolher e orientar os ingressantes no novo método de ensino-aprendizagem no qual estarão inseridos. Mas não encontrei nada parecido na BNCC, deixando a cargo das escolas definirem como isso será implementado. Ou seja, reconhece-se um problema já conhecido, desconhece-se a solução, e passam a batata-quente para os professores na ponta da linha. ಠ_ಠ

7.a) O uso de tecnologias de comunicação pelos jovens é estimulado juntamente com o desenvolvimento de sua autonomia. Do meu ponto de vista, criança não deveria ter acesso a telefone celular, muito menos computador com internet. A humanidade está encantada com as telinhas coloridas, mas nada substitui o hábito de ter um bom livro nas mãos, de escrever à mão, de desenhar mapas à mão, fazer resumos à mão, de procurar em enciclopédias físicas e dicionários à mão. A tecnologia é inventada para facilitar as coisas, mas na ânsia de dar aos filhos o que não tivemos, por vezes esquecemos de dar aquilo de bom que tivemos.

Para saber mais: Psicólogo vê risco de retrocesso para humanidade com vício em telas

7.b) Parece-me demasiadamente precoce que, na realidade brasileira, sobre crianças de 6 a 14 anos seja imputada a responsabilidade de decidir autonomamente sobre certas questões. O estímulo à independência das crianças é interessante, mas não é uma questão restrita ao contexto escolar. Para que a criança tenha autonomia, é necessário todo um contexto sociocultural, que envolve desde o núcleo familiar, passando pela sociedade como um todo, até chegar à função do Estado. Colocar a escola como força motriz dessa complexa transformação social sem engajar ativamente e ponderadamente os demais componentes sociais está fadado ao fracasso. No Japão, por exemplo, crianças são praticamente autônomas em totalidade logo aos 10 anos, mas isso é possível graças a todo um contexto cultural na qual ela está inserida. Já no Brasil:

A criança acima e pensa e age de forma autônoma e independente, tal como muitas mulheres adultas que agem sem pensar nas conseqüências de suas ações. Até que ponto, qual é a linha demarcatória, qual é o limite? Defendo que não pode ser assim: criança é criança e deve ser guiada por adultos responsáveis. Ela ainda não tem maturidade (que somente é adquirida com experiência de vida) para decidir por conta própria o que é melhor para si. Por isso sou contrário a experiências tais como a da Escola da Ponte, onde crianças e jovens decidem o que querem estudar. Criança não tem que ter sobre si o peso de decidir essas coisas. Essa responsabilidade é dos adultos. Criança só tem que se preocupar em brincar e aprender.

8) Educação Física (esportes) está posta juntamente com Idiomas e Artes. Compreendo que sejam três formas de expressão humanas, logo são vinculadas semanticamente entre si. Mas são três áreas tão diversas que me parece forçado que tenham sido especificadas conjuntamente (o que difere de uma abordagem/um trabalho transdisciplinar). Cada qual possui conhecimentos próprios, metodologia de trabalho própria, funções sociais próprias. Ainda que possam ser trabalhadas interdisciplinarmente, suas peculiaridades as tornam campos distintos de saberes, ainda que todos pertinentes ao campo maior da expressão humana.

Para saber mais: Gosto se discute, sim.

Para saber mais: Um resumo sobre musculação

9) Por fim, gostaria de ressaltar a ideologia política que permeia trechos do texto. Embora reconheça que a maior parte do texto seja totalmente isenta de vieses políticos, é possível encontrar segmentos onde certas narrativas ideológicas aparecem. Não abordarei a BNCC em sua integralidade, pois seria um extenuante trabalho infrutífero, mas posso exemplificar com uma das passagens em que vi.

Observe o texto da página 68 que segue a seguir:

As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e  multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. As  novas ferramentas de edição de textos, áudios, fotos, vídeos tornam acessíveis a qualquer um a produção e disponibilização de textos multissemióticos nas redes sociais e outros ambientes da Web. Não só é possível acessar conteúdos variados em  diferentes mídias, como também produzir e publicar fotos, vídeos diversos, podcasts, infográficos, enciclopédias  colaborativas, revistas e livros digitais etc. Depois de ler um livro de literatura ou assistir a um filme, pode-se postar  comentários em redes sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores, acompanhar de perto seu trabalho; podemos  produzir playlists, vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre  outras muitas possibilidades. Em tese, a Web é democrática: todos podem acessá-la e alimentá-la continuamente. Mas se  esse espaço é livre e bastante familiar para crianças, adolescentes e jovens de hoje, por que a escola teria que, de alguma  forma, considerá-lo? Ser familiarizado e usar não significa necessariamente levar em conta as dimensões ética, estética e  política desse uso, nem tampouco lidar de forma crítica com os conteúdos que circulam na Web. A contrapartida do fato de que todos podem postar quase tudo é que os critérios editoriais e seleção do que é adequado, bom, fidedigno não estão  “garantidos” de início. Passamos a depender de curadores ou de uma curadoria própria, que supõe o desenvolvimento de  diferentes habilidades. A viralização de conteúdos/publicações fomenta fenômenos como o da pós-verdade, em que as  opiniões importam mais do que os fatos em si. Nesse contexto, torna-se menos importante checar/verificar se algo  aconteceu do que simplesmente acreditar que aconteceu (já que isso vai ao encontro da própria opinião ou perspectiva). As fronteiras entre o público e o privado estão sendo recolocadas. Não se trata de querer impor a tradição a qualquer custo,  mas de refletir sobre as redefinições desses limites e de desenvolver habilidades para esse trato, inclusive refletindo sobre  questões envolvendo o excesso de exposição nas redes sociais. Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer qualquer coisa em qualquer situação. Se, potencialmente, a internet seria o lugar para a divergência e o diferente  circularem, na prática, a maioria das interações se dá em diferentes bolhas, em que o outro é parecido e pensa de forma  semelhante. Assim, compete à escola garantir o trato, cada vez mais necessário, com a diversidade, com a diferença.

A princípio, tudo soa muito bem. Porém há, do meu ponto de vista, um gravíssimo problema: “Em nome da liberdade de expressão, não se pode dizer qualquer coisa em qualquer situação.” Isso é verdade. Incitação ao suicídio ou perjúrio são crimes, por exemplo. Mas essas exceções não estão discriminadas no texto. Literalmente, o que há é a defesa da relativização da liberdade de expressão. E liberdade de expressão é irrelativizável: ou você tem, ou não tem. Ou você pode se expressar livremente ou não pode.

É preciso saber reconhecer os discursos de ódio, refletir sobre os limites entre liberdade de expressão e ataque a direitos, […]” (p. 69) Donde surge o grave problema: quem decide o que pode e o que não pode ser dito? Onde se demarca o limite? Quem define o limite?

Isso foi resolvido em 1791 nos EUA. Ninguém tem esse poder:

Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances.

O Congresso não fará nenhuma lei a respeito do estabelecimento de uma religião ou proibindo o livre exercício dela; ou cerceando a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de solicitar ao governo a reparação de suas queixas.

A suprema corte americana também reafirmou há pouco tempo a inexistência da figura jurídica de ”discurso de ódio”. Já no Brasil, a liberdade de expressão não é assegurada de facto, ainda que haja legislação pertinente. Embora os cidadãos sejam amparados pela constituição brasileira em seus artigos 5º e 220, na prática essa liberdade é relativizada consoante a interesses políticos ou ideológicos. Do mesmo modo, representantes legislativos que são especialmente amparados pelo artigo 59 da referida constituição (exatamente para poderem bem exercer suas funções) são punidos dependendo do que disserem e conforme for o caso.

Incluir esse viés ideológico de relativização da liberdade de expressão na Base Nacional Comum Curricular, mascarando-o, embutindo-o dentro de um discurso favorável à independência de pensamento e ao amplo debate, além de incoerente (e hipócrita) é corroborar com a manutenção do controle social: ”você pode falar o que quiser, desde que seja o que eu deixar”.

Encerrando, deixo ao leitor a seguinte tarefa: enquanto há interesse em cercear a plena liberdade de expressão por um lado, observe logo abaixo uma das abordagens preconizadas a serem inseridas dentro do contexto de língua portuguesa pelo outro lado. Qual foi o parâmetro utilizado para sopesar essas decisões? No caso abaixo, é realmente necessário que esses gêneros sejam matéria de estudo dentro de sala de aula?

Analisar as diferentes formas de manifestação da compreensão ativa (réplica ativa) dos textos que circulam nas redes sociais, blogs/microblog, sites e afins e os gêneros que conformam essas práticas de linguagem, como: comentário, carta de leitor, post em rede social, gif, meme, fanfic, vlogs variados, political remix, charge digital, paródias de diferentes tipos, vídeos-minuto, e-zine, fanzine, fanvídeo, vidding, gameplay, walkthrough, detonado, machinima, trailer honesto, playlists comentadas de diferentes tipos etc., de forma a ampliar a compreensão de textos que pertencem a esses gêneros e a possibilitar uma participação mais qualificada do ponto de vista ético, estético e político nas práticas de linguagem da cultura digital. (p.73)

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 2

Acesso em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

O QUE É BNCC? COMO SE ORGANIZA? (Resumo da Base Nacional Comum Curricular) | Aline Supino

6 DIREITOS DE APRENDIZAGEM – Saiba quais são e como colocá-los em PRÁTICA!! | Aline Supino

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Parte 1

O seguinte vídeo trata do processo de criação da BNCC; a diferença entre a BNCC e os antigos Parâmetros Nacionais Curriculares (PNC); a relação entre a federação e os estados e municípios na constituição da matriz curricular escolar; as diferenças entre a BNCC para o ensino fundamental e a para o ensino médio; as dificuldades de implantação; os novos paradigmas de formação humana e construção de conhecimento; a ligação da BNCC com o avanço tecnológico e o uso de TIC’s como ferramenta de educação; a conseqüente necessidade de preparar tanto os professores quanto os livros didáticos para os novos parâmetros (considerando as grandes diferenças regionais atuais); as 10 competências previstas na BNCC; as dificuldades em fornecer acesso igualitário à necessária inclusão digital para o sistema escolar brasileiro composto por instituições de infra-estruturas díspares; o papel do Ministério da Educação na implementação da BNCC.

Competências e aprendizagem remota: um olhar sobre a BNCC | Aprendizagem Remota
“Mediadora: Aline Amorim
Debatedores: Thérèse Hofmann, Fabiano Farias de Souza e José Henrique Paim
Sessões abertas
No Rio de Janeiro, um grupo de especialista se organiza, no sentido de prover aos alunos da rede de Educação Pública Estadual a aprendizagem remota, por meio de mediação tecnológica, sem deixar de lado a importância da relação professor-aluno.
Esse grupo estará disponível para empreender, junto às equipes da rede de Educação Pública Estadual, debates relacionados a temas aderentes ao mote que rege as ações do estado, de acordo com a Unesco.”

Quais são as diferenças entre Língua, Linguagem, Idioma e Dialeto?

Língua: sistema de comunicação verbal que permite a pessoas se exprimirem e compreenderem umas às outras. Normalmente se dá pela fala, mas no caso da Libras (língua brasileira de sinais) é uma língua puramente corporal e visual.

Linguagem: qualquer conjunto de símbolos, verbal ou não verbal, que permita comunicar conceitos e idéias. Signos, sinais, linguagem de programação, dança, artes plásticas etc.

Idioma: código verbal estruturado identificado como vinculado a um povo, ou seja, é diretamente relacionado à organização política de uma sociedade. No Brasil, o idioma é o português, embora haja uma enorme quantidade de línguas de povos nativos, bem como haja comunidades descendentes de imigrantes que ainda falem as línguas de seus países de origem, como japonês ou alemão. O Canadá possui dois idiomas, o inglês (na maioria de suas províncias) e o francês (em Quebec); a Suíça possui quatro idiomas (alemão, italiano, francês e romanche).

Dialeto: é a variação da língua própria de uma região. Essa variação necessariamente tem relação com a estrutura gramatical, isto é, o modo de construção das expressões utilizadas, as palavras propriamente utilizadas (vocabulário) e a forma de pronunciá-las. Variações somente na forma de pronunciar a palavra são chamadas de sotaque, um subconjunto do dialeto, e não constituem dialetos completos.

As variações lingüísticas podem ser:

a) “Variação diatópica (variação regional)”: é a variação lingüística que ocorre por conta da distância geográfica. Por exemplo, a forma de falar coisas no Sul do Brasil difere da forma de falar as mesmas coisas no Nordeste. A diferença no uso de palavras entre Brasil e Portugal torna o dialeto brasileiro uma variação diatópica da Língua Portuguesa (que, obviamente, pertence à Portugal).

b) “Variação diastrática (variação social)”: é a variação lingüística que ocorre dentro dos nichos sociais. Pessoas que trabalham com Tecnologia de Informação tendem a falar de um modo, juristas se expressam de outra forma, médicos usam outro vocabulário, filósofos se comunicam também de forma própria. Esse conceito não é apenas relacionado à profissão ou nicho social, mas também ao substrato social em que o falante se encontra. Pessoas com maior acesso à educação falam de uma forma, pessoas com baixo nível cultural se comunicam com outras palavras, usam outros termos, se expressam diferentemente.

c) “Variação diacrônica (variação histórica)”: é a variação lingüística que ocorre naturalmente pela passagem do tempo. O português que falamos hoje não é o mesmo que se falava no início do século XIX. Nem é necessário irmos tão longe, basta procurar propagandas antigas das décadas de 1960 ou 1950 e é possível notar claramente a diferença no modo como as pessoas falavam.

d) “Variação diamésica (variação midiática)”: é a variação lingüística que ocorre segundo o meio de transmissão. Falamos de uma forma, porém escrevemos de outra. Do mesmo modo, onde se escreve também faz diferença. A escrita em um manual de instruções, numa bula de remédio, em um e-mail profissional ou numa conversa no messenger com os amigos são diferentes entre si. Quem comunica, para quem e com que propósito causam essa variação.

O novo professor – parte 3

texto com foco em alunos infanto-juvenis

Continuando a postagem anterior sobre este tema, nesta postagem gostaria de ressaltar algumas diferenças entre a educação infanto-juvenil portuguesa e a brasileira. Considero ser importante que profissionais da área de pedagogia comparem o que está sendo feito na nossa realidade com o que está sendo feito em outros países. Aqui seguem algumas coisas que achei interessantes:

A ANQEP (link)
”A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP, I.P.) é um instituto público integrado na administração indireta do Estado, com autonomia administrativa, financeira e pedagógica. […]
No âmbito do Sistema Nacional de Qualificações, a ANQEP I.P. tem as seguintes atribuições:
* Conceber e atualizar em permanência do Catálogo Nacional de Qualificações, instrumento que regula as qualificações de dupla certificação de nível não superior;
* Regular e dinamizar a oferta de educação e formação profissional de dupla certificação destinada a jovens e adultos, a oferta de ensino artístico especializado e o sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC), de âmbito escolar e profissional, destinado a adultos; […]”

Ou seja, por lá eles têm um ”SEBRAE” totalmente público que ajuda a inserir jovens e adultos no mercado de trabalho.

Este é o catálogo de cursos que eles oferecem: https://catalogo.anqep.gov.pt/


Domínios de Educação para a Cidadania

A Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania de Portugal exige que os alunos sejam expostos a uma série de temáticas para além da instrução formal. Sem entrarmos no mérito da escolha dos temas, é interessante observar que o governo está tentando prover uma educação integral e constitutiva de cidadania. A página principal é https://www.dge.mec.pt/estrategia-nacional-de-educacao-para-cidadania

1.º GRUPO – Obrigatório para todos os níveis e ciclos de escolaridade:
Direitos humanos (civis e políticos, econômicos, sociais e culturais de solidariedade);  igualdade de gênero; interculturalidade (cultural e religiosa); desenvolvimento sustentável; educação ambiental; saúde (promoção da saúde, saúde pública, alimentação e exercício físico).

2.º GRUPO – Trabalhado pelo menos em dois ciclos do ensino básico:
Sexualidade; mídia; instituições e participação democrática; educação financeira e educação para o consumo; segurança rodoviária; risco.

3.º GRUPO – Com aplicação opcional em qualquer ano de escolaridade:
Empreendedorismo (vertentes econômica e social); mundo do trabalho; segurança, defesa e paz; bem-estar animal; voluntariado;

Veja aqui um plano de distribuição desses grupos curriculares num grupo de escolas portuguesas: AEJA-Plano

Fonte: https://aeja.pt/ficheiros/d13624211vK5mNOZGyZ.pdf


HypatiaMat (link)

”O desempenho escolar na Matemática é uma preocupação crescente junto da comunidade educativa: estamos todos preocupados com o elevado insucesso escolar e o correspondente abandono escolar precoce. Sabemos que a literatura educacional aponta a promoção do sucesso na Matemática e a utilização corrente das TIC na sala de aula como dois grandes desafios que a educação enfrenta na atualidade. Respondendo a estes desafios, a presente investigação organiza-se em torno da seguinte questão: Como podem as novas tecnologias, nomeadamente aplicações hipermédia utilizadas nos IWB (interactive whiteboards), contribuir para a promoção do sucesso escolar a Matemática?

Para responder a esta questão, investigadores da Universidade do Minho, da Universidade de Coimbra e de outras proveniências construiram este site com muitas aplicações hipermédia centradas nos conteúdos de Matemática do 1.º ano até ao 9.º ano.

Disponibilizamos esta ferramenta à comunidade educativa, na expetativa que a mesma possa contribuir para a promoção do sucesso neste domínio do conhecimento.

Esperamos que alunos, professores e encarregados de educação tirem o melhor partido.”


Rede de Bibliotecas Escolares de Portugal

Sendo eu funcionário de biblioteca, não poderia deixar de mencionar a Rede de Bibliotecas Escolares de Portugal. Procure na parte Suporte >> Recursos. Lá tem vários projetos que podem ser perfeitamente adaptados para as bibliotecas escolares daqui. Um especial é o Manual de Instruções de Literacia Digital, que ensina o passo-a-passo sobre como usar os recursos da rede de computadores. A página é https://mild.rbe.mec.pt/

Website: https://www.rbe.mec.pt/np4/home.html

O novo professor – Parte 2

texto com foco em alunos infanto-juvenis

Relembrando o contexto da pandemia, onde governos no mundo todo impuseram restrições à movimentação de seus cidadãos, a educação de jovens no mundo todo sofreu dois anos ou mais de quase paralisia. A curtíssima janela temporal adequada ao desenvolvimento de certos trabalhos foi perdida. Diante disso, pedagogos ao redor do mundo tiveram de lidar com o abrupto distanciamento dos pequenos. Pouco mais de dois anos após, uma nova questão se apresentou: como recuperar o tempo perdido? Como aferir o que os alunos aprenderam? Como aferir o que eles não conseguiram aprender? Como readaptar os alunos no retorno à realidade do ensino presencial após tanto tempo isolados? Essas e outras perguntas são trabalhadas no texto abaixo, de autoria do Ministério da Educação e Cultura de Portugal.

Há algumas diferenças no ensino de Portugal e do Brasil. Para facilitar a leitura, lembre as siglas:

  • UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração (cursos de curto prazo);
  • PA: Perfil do Aluno à Saída da Educação (o que se espera que ele tenha aprendido);
  • HGP: História e Geografia de Portugal;
  • CD: Cidadania e Desenvolvimento;
  • ENEC: Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania;

ORIENTAÇÕES PARA A RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
Ministério da Educação

Todos estamos conscientes de que a pandemia e o confinamento agravaram desigualdades sociais, que já constituíam o maior desafio para o sistema educativo. Sabemos também que houve aprendizagens que não se desenvolveram e alunos que tiveram menos capacidade de acompanhar os seus colegas. Sabemos também que esta crise impacta noutras dimensões críticas para o sucesso escolar: os alunos ficaram mais longe uns dos outros, há mais instabilidade em muitas famílias por via da crise económica. Por tudo isto, o ano letivo 2020 / 2021 conviverá com desafios antigos, desafios novos e desafios que não antecipamos ainda.

É neste contexto que o Governo promove várias medidas de apoio e recuperação das aprendizagens: uma concentração em medidas promotoras de bem-estar no regresso à escola, um olhar dirigido a prioridades nas aprendizagens, alargamento e criação de novos apoios para os alunos, formas de organização das escolas em diferentes regimes.

Este roteiro constitui-se como material de apoio, expõe conceitos, mas faz-se acompanhar de vários exemplos, nenhum com caráter prescritivo, todos como instrumentos para apoiar as escolas numa partilha de reflexão e de soluções encontradas.

Texto completo: orientacoes_2020 Portugal


Fonte: https://www.dge.mec.pt/noticias/orientacoes-para-recuperacao-e-consolidacao-das-aprendizagens-ao-longo-do-ano-letivo-de

Pensamento aleatório…

Sou servidor público estadual.
Pago imposto de renda.
Significa que o governo me paga e tenho que pagar ao governo com dinheiro que ele mesmo me pagou.
Depois tenho que declarar ao governo quanto o governo me pagou e quanto eu tive que pagar para o governo, usando o demonstrativo de pagamento que o próprio governo me dá.
E tenho que declarar para o governo quanto o governo me pagou e quanto paguei ao governo duas vezes: uma para o governo federal e outra para o governo estadual.

Daí eu resolvo gastar meu dinheiro sobre o qual paguei imposto para receber.
E cada vez que gasto meu dinheiro sobre o qual paguei imposto para receber eu pago imposto para gastar.
E o cara que está me vendendo paga imposto para vender. E para manter o comércio aberto.
E o cara que fabricou pagou imposto para fabricar. E para manter o negócio aberto.
E o cara que transportou pagou imposto no combustível para transportar. E no caminhão para levar.

E pago imposto sobre os bens que possuo, aos quais já paguei imposto para comprar com dinheiro que já foi tributado.

E isso não é coisa de ”Brasil”. É assim no mundo todo.
Há algo terrivelmente errado nisso…