Com o fim da “CPI do circo”, alcunha como ficou conhecida a última honorável Comissão Parlamentar de Inquérito, relatada por um não muito eloqüente senhor réu em vários processos criminais; presidida por um senhor cujo nome fora removido de uma investigação contra a pedofilia e que possui estreitas ligações com o Amazonas (alvo de investigações por desvio de dinheiro); e inquirida por diversos outros senhores que receberam do público pagante (de impostos) afetivos epítetos, tais como ”gazela saltitante” ou ”Drácula”; encerra-se o ciclo da pandemia.
Veja mais: Guia da pandemia: o vírus corona no Brasil e no mundo.
Ninguém agüenta mais o discurso de que ”é para o seu bem”. Já vimos que não é e nunca foi. Ninguém acredita mais na necessidade de certas medidas, digamos, ”controversas”. As pessoas já estão saindo às ruas e retomando suas vidas normais. Ainda que o ”normal” agora seja um tanto relativo: as conseqüências sociais e econômicas do biênio de 2020-2021 serão sentidas ainda por décadas adiante.
Crianças ficaram dois anos sem educação regular tradicional, o setor de serviços e o de indústrias sofreu um impacto fortíssimo, levando diversos empreendedores à falência e numerosos pais de família ao desemprego. O estilo de ”escritório doméstico” mostrou que muito do trabalho realizado in loco em empresas pode ser feito remotamente, dispensando o indivíduo da perda diária de tempo no trânsito, flexibilizando horários de trabalho, modificando relações trabalhistas.
Proto-totalitários mostraram a verdadeira cor vermelha de seu sangue. Grandes empresas de comunicação ponto-a-ponto, as chamadas redes sociais, se auto-intitularam responsáveis pela divulgação de fatos ”verdadeiros”, e se auto-atribuíram a valorosa incumbência de vetar e censurar as perigosíssimas ”notícias falsas”, as fake news, tudo com o grandioso propósito de assegurar a integridade da ”informação confiável” e a ”proteção” dos seus usuários. Veículos de mídia tradicional se autodeclararam ”checadores de fatos”, protegendo as pessoas das tenebrosas mentiras dos negacionistas, permitindo a construção de um discurso único para todos (mesmo que precisassem mudar de discurso a cada duas semanas ou menos).
Chefes de governo pelo mundo todo se auto-atribuíram a intrépida posição de salvadores, profundamente fundamentados em ”sólidas evidências científicas”, rejeitando o uso voluntário de medicação barata e segura em favor de terapias mais condizentes com o problema, tal como borrifar álcool por aviões ou aplicar ozônio no ânus, enquanto trancavam as pessoas em suas casas, impediam-nas de trabalhar, e soltavam criminosos presos. Tudo em favor do ”bem comum”.
A economia a gente veria depois. E o ”depois” chegou. Inflação descontrolada em praticamente todos os países, falta de gêneros básicos nos mercados, crise de transporte naval, crise de combustíveis nos Estados Unidos, crise de gás natural na Europa, crise mundial de semicondutores disparando o preço de eletrônicos. Toda a cadeia de produção do mundo, de relógios a automóveis, afetada porque algum chinês resolveu degustar sopa de morcego. [há controvérsias aqui também…]
E nossos filhos também verão esse ”depois”, pois dois anos sem aulas regulares não são recuperáveis. É como se toda a população infanto-juvenil do globo tivesse repetido de série! Tempo perdido é algo que não volta, e para crianças pequenas é ainda mais grave. A janela temporal de desenvolvimento educacional para crianças pequenas segue um padrão amplamente conhecido. Há objetivos de desenvolvimento a serem atingidos até determinada idade limite. Após essa idade, a perda é irreversível.
Os impactos psicológicos de todo esse caos ainda não foram completamente avaliados. Como uma sociedade inteira experienciou um evento tão traumático quanto esse? E como lidará com isso daqui para frente?
Veja mais: Depressão e outras doenças psíquicas.
Este ano já está perdido, ao menos no setor público. Além de já ser Natal na Leader Magazine, e com ele virem os recessos, fim de ano no serviço público se resume a lidar com a burocracia a que o emaranhado de leis brasileiras nos obriga. Balancetes, prestações de contas, verificação de projetos e um sem número de papéis exigidos que temos de apresentar. 1 Porém se o serviço público ora aguarda 2022 para poder retomar integralmente suas atividades, o setor privado brasileiro demonstrou força e determinação.
Mesmo a contragosto daqueles que torceram contra o Brasil, crescemos. A resiliência que o povo brasileiro adquiriu após tantos e tantos anos de políticos fazendo besteira o permitiu superar mais este desafio. Nossa economia conseguiu se sustentar durante esse período, o comércio está otimista para este final de ano de 2021, empregos temporários podem se tornar permanentes, o Governo Federal investiu pesado em infra-estrutura e no maior programa social da história mundial. Praticamente todo mundo que quis se vacinar já conseguiu ao menos a primeira/única dose. Vencemos mais esta.
Para encerrar este ciclo, seguem duas publicações e suas respectivas fontes para registro.
Fonte: https://www.jornalcorreiodamanha.com.br/editorial/9941-senadores-abutres
Senadores abutres
Por Cláudio Magnavita (diretor de redação do Correio da Manhã) 20 Outubro 2021 00:02
A CPI do Senado chega ao fim com o país vacinado, com estados e cidades abolindo o uso da máscaras, com leitos de UTIs disponibilizados, com sinais de retomada econômica, empresas contratando, com teatros e cinemas abrindo sem limites de público, com o turismo sendo reaquecido, com os brasileiros voando de férias para o Brasil e para o exterior, onde passaram a serem aceitos, com falta de carros novos nas revendas automobilísticas, com superavit na balança comercial, com a programação de réveillon e carnaval sendo agendados, com o Brasil bem mais saudável economicamente do que seus vizinhos no continente, com o comércio realizando vendas, com o setor de e-commerce batendo todos os recordes e as crianças voltando às aulas. É este o Brasil real em 20 de outubro de 2021. Esta é uma lista de fatos. De uma realidade que incomoda os senadores que fazem parte do G7 de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que virou, na realidade, uma comissão para lamentar a posição de senadores que utilizaram a corte parlamentar para implodir o presidente e o governo federal.
O ódio uniu parlamentares que meses antes se engalfinhavam e trocavam acusações. A estrela da oposição hoje é Renan Calheiros, que os próprios colegas de CPI um dia tentaram defenestrar do mandato. O Brasil que a CPI Para Lamentar construiu é o de um governo comandado por “um presidente genocida”. O mesmo “genocida” que comprou vacina para todos os brasileiros. Foi o governo federal o único que comprou e pagou pelas vacinas; até as fabricadas pelo Butantan foram pagas pela gestão Bolsonaro. O mesmo governo que implantou o maior programa assistencial do planeta e incluiu três argentinas só de invisíveis. O colapso que seria criado por lockdown desenfreado foi evitado pelo presidente que peitou governadores que estavam acobertados pelo judiciário, criando a maior federação do mundo com a inclusão da autonomia dos municípios para os assuntos da Covid.
Quem oxigenou financeiramente os estados com repasses milionários foi o governo. Toda a logística de transporte foi federal e contínua, com uma participação histórica das nossas Forças Armadas.
O Brasil do quanto pior melhor é o cenário que a CPI traçou nessas vergonhosas semanas de ataques, desrespeito, utilização de cadáveres e luto familiar, como se o Brasil não tivesse feito o dever de casa. São os mesmos parlamentares que viajam tranquilamente para seus estados de origem todas as semanas e que deixam o circo de horror da CPI e vão almoçar em restaurantes de Brasília.
Os senadores abutres estão certos em dizer que Bolsonaro é “genocida”. Ele matou a corrupção epidêmica que assolava o governo federal e assassinou a mamata que fez a fortuna de muitos daqueles que hoje querem destruí-lo politicamente e a seus filhos, todos eleitos pelo voto democrático.
O MAIOR CR1ME que a CPI cometeu contra os brasileiros! E a verdade sobre a PEC da Vingança! LUIZ CAMARGO vlog
Em tempo: não tenho vínculos com o apresentador, tampouco aprovo, recomendo ou incentivo a aquisição de seus produtos e serviços.
-
Este texto está de acordo com as restrições que tenho enquanto servidor público de escrever e publicar artigos críticos aos órgãos de Estado.
DECRETO Nº 2479 DE 08 DE MARÇO DE 1979
APROVA O REGULAMENTO DO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CAPÍTULO III
Das Proibições
Art. 286 – Ao funcionário é proibido:
I – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e atos da Administração Pública, ou censurá-los, pela imprensa ou qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los, do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; ↩