Editado em 22/09/2020: reposto vídeo.
Editado em 05/12/2020: adicionada transcrição adaptada.
É inegável a presença das histórias em quadrinhos na cultura contemporânea. Elas fazem parte da formação de crianças e jovens em boa parte do mundo. Introdução ao gosto pela leitura, leveza e entretenimento. Estes dois trechos que selecionei nos vídeos abaixo trazem uma reflexão sobre a influência de personagens fictícios sobre a construção da moral no público infanto-juvenil.
Também é um alerta sobre a responsabilidade dos roteiristas frente aos jovens. As conseqüências e os impactos das histórias que criam contribuem em muito para moldar a perspectiva de seus leitores quanto ao mundo real. O mundo fantástico e colorido é atraente, e também é uma lente através da qual se pode ver melhor ou deturpar a realidade.
Quando criadores de conteúdo com tamanho alcance são cooptados a promover narrativas ideológicas deletérias à formação moral da juventude, os estragos são difíceis de reparar. Afinal, não são os heróis (super ou não) os modelos a seguir?
“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades…”
(Que originalmente foi dita por um político estadunidense… Mas esta é uma outra história! |:^D)
A religião dos super-heróis | Prof. Nelmar Nepomuceno
A ideologia dos Super heróis | Prof. Nelmar Nepomuceno
Transcrição adaptada:
Os super-heróis dos quadrinhos são de longe os personagens favoritos de crianças e jovens em todo o mundo desde a época de nossos pais e avós. Esses personagens fantásticos influenciam enormemente aquele público ainda em fase decisiva de formação da personalidade, tanto que muitos adultos e até mesmo anciões de hoje em dia continuam demonstrando comportamento de fãs de seus heróis favoritos.
Tal quais os primeiros heróis da antigüidade clássica, os super-heróis contemporâneos desempenham importante papel na formação moral das novas gerações. Através de seu carisma e seu apelo fantástico, eles influenciam seus fãs a fazerem a opção pelo bem, a enfrentarem o mal, a socorrer os mais fracos, a corrigir as injustiças, a buscar o melhor que há dentro de cada um.
Quando o assunto é religião, os super-heróis nos ensinam uma importante lição: por mais que cada um tenha a sua fé, sua crença, em nada isso os impede de trabalharem juntos para combater o mal e tornar o mundo um lugar melhor. Também não perdem seus preciosos tempos tentando afirmar sua religião sobre as dos outros, nem denegrindo ou fazendo desacreditar a religião dos demais.
Uns apenas seguem suas vidas pelos caminhos aprendidos em sua formação religiosa. Outros, devotos que são, buscam em suas práticas, em sua fé, a força de que necessitam para cumprir seus propósitos. Nessa senda, todos compartilham a crença de que nenhuma religião é mais importante que a opção pelo bem, nenhuma religião é mais sagrada do que o combate ao mal, e que a formação moral e ética segundo uma tradição religiosa, seja ela qual for, é o primeiro passo na trajetória que pode levar alguém a ser de fato um herói.
Com poderes capazes de transformar o mundo e uma total entrega no combate ao mal em defesa dos mais fracos e vulneráveis, os super-heróis dos quadrinhos, com suas lutas coreografadas, suas roupas coloridas e sua identidade visual, chamam a atenção de crianças e jovens, inspiram consumo e influenciam pensamentos e atitudes especialmente naqueles em fase tão decisiva de formação da personalidade.
Através de seu carisma e seu apelo fantástico, eles influenciam seus fãs a fazerem a opção pelo bem, a enfrentar o mal, a socorrer os mais fracos, corrigindo as injustiças e buscando o melhor que há dentro de cada um.
Assim como quanto à religião, os super-heróis nos ensinam uma importante lição com relação à política: todos reconhecem que existem problemas no mundo e, com base em seus pontos de vista, procuram fazer o melhor para solucioná-los.
Sua luta é contra os males que assolam a humanidade, não contra quem enxerga soluções diferentes para os problemas comuns. Não apregoando culpas pelas mazelas do mundo, mas sim fazendo cada um a sua parte para superá-las.
Eles não salvam o mundo escondendo-se atrás de uma tela, espalhando ofensas, semeando a discórdia. Eles dão suas faces a bater e enfrentam os seus desafios com valor e com honra.
A grande lição que aprendemos sobre política com esses personagens é que, depende da forma como você enfrenta os problemas que enxerga no mundo, se você é de fato um herói ou um covarde vilão.
Ah, sim… A seguir, uma das cenas da minha infância:
A Injustiça Nunca se Torna Justiça – Mestre Ancião [HD]
https://www.youtube.com/watch?v=jh08qn3H9wY
Tira de novo agora! O mesmo golpe não funciona duas vezes em um cavaleiro!