(PDF) Adaptação Curricular, de Rosana Glat e Eloiza da Silva Gomes

Há algum tempo, em meu trabalho na UERJ, fiz o levantamento de bibliografia para compra de acervo para o curso de Medicina, que você pode conferir aqui: https://pedrofigueira.pro.br/bibliografia-basica-para-o-curso-de-medicina/ O processo já correu e a biblioteca já faz parte do corpo da instituição.

Durante aquele levantamento, observei que há diversos artigos que são amplamente utilizados durante o curso, dentre eles o artigo abaixo. Acontece que é um artigo muito citado, especialmente por ser de docentes de nossa instituição, porém o repositório original (cnotinfor) não existe mais. O hyperlink está quebrado. Resolvi compartilhá-lo aqui, pois pode ajudar quem estiver procurando-o.

GLAT, Rosana; OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes de. Adaptação Curricular. Educação Inclusiva no Brasil. Banco Mundial, 2003, Cnotinfor: Portugal. Disponível em: <http://cnotinfor.imagina.pt/inclusiva/pdf/Adaptacao_curricular_pt.pdf>.

Texto completo: Adaptacao-curricular-Rosana-Glat-Eloiza-Oliveira-UERJ

O perigo do Islamismo no Brasil e no mundo: Islamização de Roma

Fonte: alertacatolico https://www.instagram.com/reel/Cvrhr8RgLhU/?id=3164771318348429396_13784607767


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ISLAMIZAÇÃO DE ROMA

De acordo com estudiosos muçulmanos, o profeta Muhammad profetizou que as duas grandes cidades romanas, Constantinopla e Roma, seriam conquistadas. Constantinopla, conhecida hoje como Istambul, é muçulmana, enquanto Roma, acreditam, está passando por um destino semelhante.

O grande esquema do Estado Islâmico para tomar Roma se desenrola há anos, a Europa experimenta uma onda de combatentes islâmicos escondidos em meio à crise de refugiados. Sua estratégia não se concentra na guerra tradicional, pretendem se infiltrar nesses territórios usando simpatizantes internos e um influxo externo de agentes.

A estratégia, delineada anos atrás na publicação “Bandeiras Negras de Roma”, envolve o uso de células adormecidas, assistência de muçulmanos alistados em exércitos europeus e ajuda de simpatizantes não-muçulmanos. As táticas incluem a implantação de mísseis capturados no campo de batalha, visando diretamente a Itália.

As projeções demográficas mostram um quadro surpreendente. Até 2050, 1/3 da população da Itália será de estrangeiros, de acordo com relatório da ONU “Replacement Migration: Is It a Solution to Decline and Aging Populations.” Um think-tank italiano prevê que metade da população da Itália poderá ser muçulmana até o final do século devido à migração islâmica em massa e às diferentes taxas de natalidade entre cristãos e muçulmanos. Na última década registrou aumento de 419% de migrantes.

O futuro do Ocidente está em uma encruzilhada. Os europeus devem confrontar se devem permitir que suas nações passem por uma transformação cultural semelhante à mudança da Turquia após a queda da cristandade para o Império Otomano, ou como a transição do Egito de uma terra copta cristã para um estado onde os coptas sofrem perseguição implacável.

As implicações de fronteiras abertas, multiculturalismo e globalismo exigem atenção imediata. Sem medidas proativas, a Europa corre o risco de erosão de seus valorizados valores, liberdades e identidade cristã.

Via Amy Meck

Teste da realidade: vírus saiu de laboratório e máscaras foram inúteis

Em meu texto Guia da pandemia: o vírus corona no Brasil e no mundo. aponto para o que já começa a se tornar público hoje. Mesmo a altamente politizada mídia hoje já está percebendo que a verdade não pode ser oculta do público por muito tempo, exceto se houver um grande esforço de guerra. A quarentena foi inútil, as máscaras também. Em breve, o mundo tomará ciência do erro da vacinação obrigatória em massa, que já está causando incalculável número de ”mortes súbitas”.

Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/mundialista/teste-da-realidade-virus-saiu-de-laboratorio-e-mascaras-foram-inuteis/


Teste da realidade: vírus saiu de laboratório e máscaras foram inúteis

Reconhecer fatos e mudar de ideia são características de quem quer pensar bem – até quando isso parece, equivocadamente, “premiar negacionistas”
Por Vilma Gryzinski Atualizado em 6 mar 2023, 10h37 – Publicado em 3 mar 2023, 07h51

É dura a vida de quem pelo menos tenta não ser engolfado por opiniões ideologizadas, um fenômeno que contaminou até cientistas que deveriam ser a última linha de defesa contra a politização de sua atividade. Alguns acontecimentos dos últimos dias dá um certo alívio para os que mantiveram a independência e são algo duros de engolir para quem acreditou firmemente que os “negacionistas” seriam punidos por seus múltiplos pecados durante a pandemia. Obviamente, os fatos não têm nada a ver com opiniões formadas com base em posições políticas – progressistas, em geral, louvando a ciência, essa coitada tão abusada, e conservadores insurgindo-se contra a obrigatoriedade de medidas como máscaras, lockdowns e vacinas. No olho do furação, a maioria de nós quis acreditar que uma camadinha de pano ou de papel na frente do rosto nos protegeria do vírus e que ficar em casa era o preço a pagar pela sobrevivência a uma praga incontrolável saída da natureza para, como sempre, punir os humanos por invadir habitats animais. No fundo, era nossa culpa e precisamos expiá-la.

Fato: o Departamento de Energia dos Estados Unidos e o FBI fizeram declarações apontando uma razoável convicção de que o vírus da Covid-19 escapou por acidente do laboratório chinês onde era estudado.

Parecia um absurdo lógico imaginar que o vírus aflorado na cidade de Wuhan, onde funciona um laboratório de estudos desse tipo de agente patológico, tivesse saído por acaso de um morcego que infectou um animal intermediário que infectou humanos. Mas quem disse isso chegou a ser chamado de racista. Outro tijolinho recente: a revelação de que a França havia encerrado a colaboração com o laboratório de Wuhan e avisado que ele estava sendo usado para fins militares.

Fato: uma instituição chamada Cochrane Library, considerada a mais respeitada na análise de intervenções médicas em escala mundial, concluiu que máscaras comuns ou as usadas por profissionais de saúde, as N95, “provavelmente 􀁺zeram pouca ou nenhuma diferença” na propagação da doença.

Antes da pandemia, serviços médicos de diferentes países e a Organização Mundial de Saúde não consideravam as máscaras efetivas para conter o contágio de doenças respiratórias.

Fato, ou fatos: uma montanha de e-mails provenientes do ex-secretário da Saúde do Reino Unido Matt Hancock comprova o que muita gente já tinha concluído. Ou seja, que o governo na época chefiado por Boris Johnson tomava providências com base em pesquisas de opinião e não na mais pura e elevada ciência.

Não é exatamente uma surpresa — e todos os políticos precisam realmente levar em consideração o que o povo está pensando. Mas ver a manipulação nua e crua desse conceito é chocante. Um exemplo, no mar de mensagens: as crianças das escolas inglesas para alunos a partir dos onze anos foram obrigadas a usar máscaras sem nenhum embasamento científico, mas sim um puro cálculo político. A primeira-ministra da Escócia na época, Nicola Sturgeon, havia determinado a restrição e Boris concluiu que não valia a pena “comprar essa briga”. Não queria parecer menos durão do que a rival escocesa.

O primeiro-ministro também se deixou convencer a não reabrir as escolas fechadas — com grandes prejuízos para os alunos, como está acontecendo até hoje — porque “os pais já achavam mesmo que não haveria volta às aulas” até o início do ano letivo, em setembro. Hancock e outros funcionários ironizaram as pessoas que precisavam voltar ao país e fora, durante um certo período, obrigadas a aceitar — e pagar — para ficar dez dias em isolamento em hotéis perto de aeroportos, “trancadas em caixas de sapato”. “Hilário”, diz um deles.

Os exemplos de decisões sem motivos sólidos são inúmeros — e provavelmente seriam similares se outros governos pudessem ser vasculhados de forma tão de􀁺nitiva. Um dos raros países que já fizeram isso foi a Suécia, que se distinguiu de todos os outros países desenvolvidos por não mandar a população se trancar em casa e manter abertas as escolas para jovens e crianças. Foi uma decisão “fundamentalmente correta”, concluiu a Comissão do Coronavírus.

Outra conclusão: vários outros países que implantaram o lockdown “tiveram resultados significativamente piores” do que os da Suécia. As autoridades médicas, únicas responsáveis pelas medidas oficiais, pecaram por demorar muito para alertar a população e houve aglomerações que deveriam ter sido restringidas, criticou a Comissão. Em resumo, muitas das orientações e das consequências do combate à Covid-19 só estão sendo estudadas agora, enquanto autoridades médicas e governamentais tiveram que reagir no calor dos acontecimentos, em meio a um estado mundial de pânico e prognósticos cataclísmicos. Quanto mais a ciência verdadeira — e jornalistas inquisitivos — perscrutarem de onde se originou a pandemia, como se propagou, o que funcionou e o que não funcionou no seu combate, mais teremos a ganhar.

Reconhecer fatos não é “premiar” os negacionistas — uma palavra odiosa, por evocar uma horrível comparação com os degenerados que rejeitam as conclusões sobre o genocídio dos judeus pelos nazistas. É jogar a favor de toda a humanidade. Escrevendo na Spectator com sua inteligência brilhante e seu pendor para a polêmica, Rod Liddle anotou sobre a situação na Inglaterra: “Eu não tinha — e não tenho — grandes objeções ao primeiro lockdown ou mesmo às primeiras recomendações para usarmos máscaras ou esfregarmos as mãos com álcool a cada poucos segundos. Não sabíamos o que estávamos enfrentando”.

Liddle obviamente é um conservador e escreve que “muito do que fomos proibidos de dizer, sob pena de sermos banidos das redes sociais ou demitidos de nossos empregos, revelou ter considerável substância”. Só mesmo um intelecto superior para usar a expressão “considerável substância” no lugar de “estão vendo só, nós tínhamos razão”. Quem preferir, pode ignorar essa parte e se ater aos fatos que estão contando uma história à qual não deveríamos fechar nossos ouvidos.

Suicídio na adolescência – A morte evitável

SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA
A morte evitável
Mario Louzã
Fonte: Le Monde diplomatique Brasil, Edição 131, 04/06/2018

Detectar precocemente que uma pessoa está em risco de suicídio — ou seja, quando ela apresenta ainda “somente” idéias suicidas, mas nenhum plano concreto de executá-lo — é a principal “janela de oportunidade” para preveni-lo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada quarenta segundos morre uma pessoa por suicídio, uma das principais causas de mortalidade no mundo, especialmente entre os jovens. Outro dado preocupante é o aumento significativo, cerca de 35% a 40%, das taxas de mortalidade por suicídio, especialmente na adolescência e idade adulta jovem nos últimos dez anos.

Enquadram-se no conceito de suicídio três situações de risco progressivo: o pensamento suicida, a intenção suicida (quando já há planos mais ou menos detalhados de como cometer o suicídio) e o ato suicida em si (resultando ou não em morte). Incluem-se também nesse conceito os atos de autoferimento [self-harm], com ou sem intenção suicida.

Embora muitos fatores biológicos, emocionais e sociais possam influenciar o risco de suicídio, o principal deles é a depressão. Depressão aqui deve ser entendida como algo muito diferente da tristeza normal. Trata-se de um transtorno mental caracterizado por tristeza profunda e contínua, dificuldade de sentir prazer nas atividades cotidianas, pensamento negativo, ansiedade e falta de esperança, além de sintomas físicos como insônia e diminuição do apetite e da libido. Nos casos graves, o pensamento negativo e de culpa e a falta de esperança desembocam no pensamento suicida; este pode evoluir para o planejamento e o ato em si.

Além da depressão, fatores de risco para suicídio incluem: tentativas prévias de suicídio, ser do sexo masculino, condições desfavoráveis do ponto de vista pessoal, familiar, social e econômico (separação dos pais, experiências adversas na infância, como abuso físico ou sexual, transtorno mental ou história de suicídio na família, bullying, dificuldades interpessoais, baixa auto-estima, impulsividade, abuso de álcool e drogas, entre outros). Estresse, competitividade e pressão por resultados e alto desempenho escolar parecem ter um impacto importante no risco de suicídio entre adolescentes.

A adolescência é um período de transformações significativas do ponto de vista biológico, psicológico e social. O adolescente é particularmente vulnerável às avaliações e aos julgamentos de seus pares, algo que se multiplicou com a internet e as mídias sociais. O cyberbullying tornou-se um fator a mais de risco para o jovem; em poucos minutos, mensagens, fotos ou vídeos “viralizam” e expõem o adolescente mais fragilizado de forma devastadora. Muitos se vêem sem saída, humilhados e expostos, e reagem com um ato suicida.

O suicídio é a morte evitável. Detectar precocemente que uma pessoa está em risco de suicídio — ou seja, quando ela apresenta ainda “somente” idéias suicidas, mas nenhum plano concreto de executá-lo — é a principal “janela de oportunidade” para preveni-lo. Esse é o momento ideal. Na situação já de planejamento suicida, é importante estar atento aos indícios de que a pessoa começa a procurar saber como cometer o suicídio, qual método usar. Ela pode ir em busca de armas de fogo ou começa a estudar quais são os venenos ou os medicamentos mais perigosos. Há nessa situação um aumento da impulsividade da pessoa, em parte pelo fato de que ela vê no suicídio a única saída para si, o que a leva a ter “forças” para o ato.

Alguns sinais de que a pessoa tem pensamentos suicidas são: falta de esperança, angústia, sentimentos de vergonha, humilhação e culpa, falta de perspectiva futura e sofrimento intenso (muitas vezes por algum fato marcante da vida, recentemente acontecido). Eventualmente a pessoa verbaliza “gostaria de dormir e não acordar mais”, “não vejo mais sentido em viver”, “a vida está muito difícil, insuportável”, “sou um peso para as pessoas, não quero mais isso”, “quero me livrar deste sofrimento todo”, “nada mais importa”, “a vida não vale a pena”. Nem sempre os sinais são claros; freqüentemente o adolescente busca o isolamento, reduz o contato com os familiares, busca a privacidade de seu quarto e substitui o contato com amigos e colegas “reais” por contatos “virtuais”. Esse isolamento muitas vezes pode ser confundido com a “crise da adolescência”, sendo relevado pelos familiares.

Em geral, familiares e amigos são os primeiros a perceber que a pessoa não está bem e tem pensamentos suicidas. Nessa situação, devem conversar com ela e levá-la a um médico psiquiatra para uma avaliação mais detalhada. O risco de suicídio é uma indicação formal para internação psiquiátrica. No hospital psiquiátrico, a pessoa é acompanhada 24 horas por dia, seus atos são monitorados e introduz-se o tratamento necessário para alívio do sofrimento psíquico. Em casa é muito difícil conseguir vigiar a pessoa o tempo todo; em contrapartida, é muito fácil o acesso a potenciais métodos de suicídio, que pode ser cometido de forma abrupta, sem que haja tempo de evitá-lo.

Vivemos numa época de grande influência das redes sociais na vida das pessoas. Muitos questionam sobre os prós e contras de falar ou não sobre suicídio. Alguns acham que isso encoraja o ato, outros dizem que é um meio de prevenção. A questão principal é a forma como o assunto é tratado. Muitas vezes a mídia aborda o tema com certo “glamour”, dando a impressão de algo parecido com um ato de heroísmo ou de conquista, que fará os outros admirarem a pessoa que se suicidou. Essa abordagem evidentemente é negativa e muitas vezes “incentiva” o suicídio (o chamado “contágio social”, ou “efeito Werther”, em referência ao personagem do romance Os sofrimentos do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe). O tema deve ser tratado com um enfoque de prevenção, visando auxiliar o reconhecimento do risco de alguém cometer suicídio. Muitas pessoas com pensamentos suicidas se sentem constrangidas em falar sobre isso, pois receiam ser estigmatizadas por familiares ou amigos. Nesse contexto estão inseridas as campanhas do Setembro Amarelo e mesmo a divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem um papel importante no auxílio a pessoas com risco suicida. Do mesmo modo que há sites que abordam o suicídio de modo negativo, “ensinando” métodos e criando “jogos” que podem levar seus participantes à morte, estudos mostram que sites ou fóruns que promovem a prevenção do suicídio têm um papel importante no auxílio a pessoas em risco. Especialmente os jovens procuram apoio e aconselhamento com maior frequência entre seus pares do que com profissionais especializados.

O suicídio é um problema médico-social complexo e uma grande preocupação na atualidade. É importante estar atento e antever essa possibilidade diante de uma pessoa que apresente depressão e esboce pensamentos negativos, desesperança e outros. Agir nesse momento pode ser a diferença entre a vida e a morte.

*Mario Louzã é médico psiquiatra e psicanalista, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. CRMSP 34.330. Site: <www.saudemental.net>.

Referências

Gustavo Turecki e David A. Brent, “Suicide and suicidal behavior” [Suicídio e comportamento suicida], Lancet, n.387, p.1227-1239, 2016.

Keith Hawton, Kate E. A. Saunders e Rory C. O’Connor, “Self-harm and suicide in adolescents” [Autoferimento e suicídio em adolescentes], Lancet, n.379, p.2373-2382, 2012.

Jo Robinson et al., “Social media and suicide prevention: a systematic review” [Mídia social e prevenção de suicídio: uma análise sistemática], Early Intervention in Psychiatry, n.10, p.103-121, 2016.

Magid Calixto Filho e Talita Zerbini, “Epidemiologia do suicídio no Brasil entre os anos de 2000 e 2010”, Saúde, Ética & Justiça, v.21, n.2, p.45-51, 2016.

World Health Organization, “Suicide prevention” [Prevenção de suicídio]. Disponível em: <www.who.int/mental_health/suicide-prevention/en/>.

 

Crítica ao artificial amplo acesso ao ensino universitário

Encontrei este interessante texto em redes sociais e o compartilho aqui.
Não tenho certeza da autoria nem da data em que foi publicado.


Queridos formandos, burros e jumentos!
Maurício Mühlmann Erthal (autoria disputada / Rosalvo Reis?)
Relações Internacionais da UFRGS, em Porto Alegre/RS
Texto adaptado.

Se alguém ainda tinha alguma dúvida, o ranking do Pisa provou de uma vez por todas que a tal “pátria educadora”, que encheu péssimas universidades com péssimos alunos formados por péssimos professores, era apenas um embuste.

Distribuir diplomas a pessoas de baixa inteligência, nenhum talento, estúpidas, cotistas etc., é como marcar a ferro o traseiro de bois e vacas que estão indo para o abate. Neste caso justificável.

Na nossa cultura deformada pelo “coitadismo”, ou para falar mais academicamente, pelo “ethos-igualitarista moderno”, teimamos em achar que a Universidade é para todos.

Nunca foi e nunca será.

Essa é uma das maiores mentiras da modernidade.

A decadência da civilização se iniciou com a universalização do ensino, com a troca da formação espiritual e intelectual puras, “ars gratia artis“, no sentido aristotélico, pelo adestramento meramente utilitarista para fins de sobrevivência.

Universidade é para uma elite intelectual. É para quem realmente tem talentos, gosta de estudar e tem uma inteligência privilegiada. Sua prioridade é produzir conhecimento e não formar mão de obra… E, muito menos ainda, formar militantes revolucionários que pretenderão implantar no país regimes ultrapassados e falidos como o comunismo para proveito de poucos, por exemplo.

Para formar profissionais e mão de obra, existe o ensino profissionalizante e técnico.

As oportunidades que devem ser oferecidas a todos, é a de uma boa formação de base onde, por meio da meritocracia, serão revelados aqueles mais capazes de ir para a Universidade e, lá, produzirem conhecimento.

Transformar todo mundo em universitário apenas para não ferir a auto-estima do jovem maconheiro que usa piercing no nariz e alargador na orelha, é algo completamente estúpido!

Tudo que os governos conseguiram, foi queimar centenas e centenas de bilhões de reais, para produzir o pior, o mais idiota, o mais ignorante, o mais analfabeto, e por conseqüência, o mais mimado, alienado e arrogante aluno do mundo!

Nivelaram todo mundo por baixo, destruíram qualquer possibilidade de formar uma verdadeira elite intelectual para o país. São décadas jogadas inteiramente no lixo! Trocaram a meritocracia (de alunos e professores) pela “universalização”, pela “política de cotas” e pela “ideologização”.

Nunca reconhecendo que as pessoas são essencialmente diferentes, umas mais inteligentes, mais capazes, mais interessadas e mais esforçadas que outras. E tentam enfiar, goela abaixo de todos, o maldito igualitarismo que sempre favorecerá o vulgar, o grosseiro e o ignorante. Sempre nivelará por baixo, rebaixará a tudo e a todos, e produzirá os piores resultados.

Reúna vários alunos inteligentes e todos se tornarão mais inteligentes ainda.

Cerquem um gênio de medíocres e vulgares, e testemunhará sua lenta e gradual decadência.

Numa era em que a humanidade enfrenta a sua mais radical transformação tecnológica, a civilização cibernética põe em xeque toda a cultura humanista, havendo uma mudança profunda de quase todos os paradigmas científicos, sociais e econômicos. Nanotecnologia, microbiologia, projeto genoma, matriz energética, 5G, Internet das coisas etc.

Nós gastamos trilhões em décadas para produzir uma geração “Nem-Nem” de mimados, estúpidos, deprimidos, feminizados ou masculinizados, vazios, idiotas e arrogantes, que votam em marxistas e morrem de medo de se tornar adultos.

Uma legião de falsos graduados sem possibilidade de emprego, endividados com o FIES, caminhando para a meia idade, morando com os pais e freqüentando a marcha da maconha porque precisam urgentemente se alienar e legalizar seu suicídio.

Um exército de Doutores desempregados

Vez ou outra faço menção ao texto abaixo. Decidi colocar uma cópia do mesmo em meu site.
Fonte: https://tribunadoceara.com.br/blogs/tribuna-cientifica/ciencia-e-politica/um-exercito-de-doutores-desempregados/


Um exército de Doutores desempregados

Por hugofernandesbio em Ciência e Política
17 de fevereiro de 2016

Vou contar uma história para vocês, para que entendam em que ponto a Ciência brasileira se insere nessa crise. Ao personagem, dou o nome de Carinha. Obviamente, é uma história generalista, que jamais pode ser aplicada a todos, mas pelo menos a uma enorme parcela dos acadêmicos. Você verá muitos amigos seus na pele do Carinha. Talvez, você mesmo.

1 – No começo dos anos 2000, principalmente a partir de 2005, novas universidades começam a surgir e o número de vagas, inclusive nas já existentes, aumentam vertiginosamente. A estrutura também melhora e as taxas de evasão de cursos de Ciência básica (Física, Química, Biologia e Matemática, por exemplo) caem. O Carinha, então, ingressa em um desses cursos.

2 – O Carinha que entrou em 2005 e se formou em 2009 passou o período da faculdade desconhecendo o mercado de trabalho do seu curso fora do meio acadêmico. Ao seu lado, muitos colegas que passaram quatro anos sem saber nem o que estavam fazendo. Para o Carinha, não havia outra solução a não ser lecionar em escolas ou tentar o Mestrado, que oferecia bolsa de pesquisa de R$ 1.100,00. Mas, para isso, teria que passar por uma difícil e concorrida seleção. Até que, com o aumento do número de programas e bolsas de pós-graduação, ele viu então que aquilo não era tão difícil assim. Em 2010, torna-se mestrando.

3 – Enquanto seu amigo engenheiro civil****, recém-formado, já está dando entrada para comprar um carro, o Carinha usa sua bolsa para pagar seus pequenos gastos pessoais, além de sua pesquisa sem financiamento externo

(****PS. Permitam-me uma edição aqui. Fui infeliz quando exemplifiquei o colega como um engenheiro civil, pois o mercado para esse profissional atualmente também encontra-se em crise. Tente imaginar qualquer profissão facilmente absorvida pelo mercado de trabalho privado e o texto continuará com o mesmo objetivo).

Em dois anos, o Carinha tenta produzir alguns artigos para enriquecer o currículo. Tem planos para publicar cinco, mas publica um, em revista de qualis baixo. Em paralelo, entra num forte estresse para entregar sua dissertação e passar pelo forte crivo da banca, que pode reprová-lo. Será? Na semana de sua defesa, seu colega também é aprovado, mas com um projeto medíocre e mal conduzido, que, apesar de criticado, foi encaminhado pela banca porque reprovações não são interessantes para a avaliação de conceito do Programa. Normas do MEC.

4 – Já mestre, publica mais um artigo e entra no Doutorado, em 2012. Foi mais difícil que o Mestrado, porém mais fácil do que teria sido anos atrás, por conta do bom número de bolsas disponível. Boa parte daqueles colegas medianos desiste da vida acadêmica, mas aquele dito cujo sem perfil de cientista de alto nível também é aprovado. Afinal, ter bolsas desocupadas não é interessante, porque senão o Programa é obrigado a devolvê-las. Normas do MEC.

5 – Sua bolsa de R$ 2.500,00 já ajuda um pouco sua condição financeira, enquanto aquele colega engenheiro conta sobre sua primeira casa própria. Além disso, o amigo já contribui com o INSS, tem seguro desemprego, 13º salário, plano de saúde, cartão alimentação, entre outros benefícios. O Carinha não, tem só a bolsa e um abraço. Normas do MEC. Mas, tudo bem, é um investimento em longo prazo. Logo menos, ele tentará um concurso para ser professor universitário, com iniciais de cerca de R$9.000,00. Ele se esforça, publica artigos, dá aulas, redige a Tese, defende e é aprovado. O colega mediano faz um terço disso, mas também alcança o título.

6 – Eis que, em 2016, Doutor Carinha se depara com uma grave crise financeira. Cortes profundos no orçamento, principalmente no Ministério da Educação, tornam escassas as vagas como docente. Concursos em cidades remotas do interior, antes com dois, cinco concorrentes no máximo, contam hoje com 30, 50, 80.A solução então é caminhar urgentemente para um Pós-Doutorado, com bolsa de R$ 4.100,00, metade do que ganha seu amigo engenheiro, mas ok, dá um caldo bom, ainda que continue sem direitos trabalhistas. Pouco tempo atrás, as bolsas sobravam e os convites eram feitos pelo próprio professor. Hoje, ele enfrenta uma seleção com 30. Ele passa, o outro colega já fica pelo caminho, assim como centenas espalhados pelo país. O que eles estão fazendo agora?

O resumo da história é… Temos um exército de graduados analfabetos funcionais e de mestres que não merecem o título. Em um pelotão menor, mas ainda numeroso, doutores cujo diploma só serve para enfeitar a parede. Bilhões de reais gastos para investir e manter um grupo cujo retorno científico é pífio para o país. Entretanto, esse não é o pior cenário.

Alarmante é ver um outro exército de Carinhas, esse qualificado, com boas produções, só que desempregado e enfrentando a maior dificuldade financeira de suas vidas. Alguns há anos em bolsas de Pós-Doutorado, sem saberem se essas podem ser cortadas no ano seguinte. Se forem, nenhum mísero centavo de seguro desemprego. Na rua, ponto. Outros abandonando por vez a carreira para tentar os já escassos concursos públicos em outras áreas ou mesmo para fazer doces caseiros, entre outras alternativas.

Ao passo que o Governo acertou na criação de novas universidades, programas e bolsas de pós-graduação nesses últimos 14 anos, a gestão desse material humano e financeiro foi bastante descontrolada. Quantidade exacerbada de cursos criados sem demanda profissional, falta de política de cargos e carreiras para o cientista brasileiro, recursos transportados para um programa de intercâmbio que não exigia praticamente nenhum produto de um aluno de graduação (sobre Ciência Sem Fronteiras, teremos um post exclusivo), critérios de avaliação bem distantes da realidade das melhores universidades do mundo, além de uma série de outros absurdos.

Teremos cerca de dez anos pela frente para que essa curva entre oportunidades e demanda volte a estabilizar. Não tenho dúvidas de que alcançaremos isso. Mas, até lá, cabe a pergunta. O que faremos com os novos Carinhas que ainda surgem a cada vestibular?


Acréscimo feito em 14/06/2023: ainda que a fonte seja o Grupo Globo, esta reportagem de 2020 está dentro dos limites da razoabilidade.

Fonte: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/08/11/no-brasil-40percent-dos-jovens-com-ensino-superior-nao-tem-emprego-qualificado.ghtml



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Charles Darwin e os brasileiros.

Contribuição de Eduardo Macedo:

Anotações de Darwin do dia 3 de julho de 1832.
Fonte: Dominio Público

O episódio começa quando Darwin tenta se comunicar com um homem escravizado que o acompanhava em um barco. Enquanto o cientista gesticulava de forma efusiva para tentar se fazer entender, acaba aproximando a mão do rosto do homem, que, assustado, baixa os braços: ele pensava que o naturalista queria bater em seu rosto, e abriu a guarda para que este pudesse fazê-lo.

Nunca vou esquecer meu sentimento de surpresa, repugnância e vergonha por ver um homem grande e forte com medo de se defender do que ele pensava ser um tapa em seu rosto. Aquele homem fora treinado para se habituar a um nível de degradação maior do que o da escravização de qualquer animal indefeso.

Já com relação aos senhores, ele prossegue:

“Os brasileiros, até onde consigo avaliar, possuem uma fatia pequena das qualidades que dão dignidade à humanidade. Ignorantes, covardes, indolentes ao extremo; hospitaleiros e amáveis à medida que isso não lhes dê trabalho; temperamentais e vingativos, mas não brigões. Satisfeitos consigo mesmos e com seus costumes, respondem a todas as observações com a pergunta: ‘Por que não podemos fazer como nossos avós antes de nós fizeram?’ A própria aparência reflete a baixa elevação de caráter. Tipos baixos que logo ficam corpulentos; a face possui pouca expressão, aparenta estar afundada entre os ombros. Os monges diferem para pior nesse último aspecto; é preciso pouca fisionomia para ver claramente estampados perseverança ardilosa, volúpia e orgulho.”

Charles Robert Darwin
Naturalista, geólogo e biólogo britânico
* 12/02/1809, Shrewsbury, Reino Unido + 19/04/1882, Downe, Reino Unido

Charles Darwin, c. 1840.

Brasil, um país de gente estúpida.

Não é de hoje que reclamo da estupidez galopante do povo brasileiro. Um povo mais afeito às fofocas do que às notícias, tem maior interesse em futilidades do que na substância da vida. Já reclamei que tudo no Brasil parece ser empurrado com a barriga (em todos os sentidos da expressão vulgar). Tanto no trabalho particular quanto na vida política, os problemas vão sendo postergados como bombas-relógio até que explodam (preferencialmente nas mãos de outrem). Também não é de hoje que, por aqui, confesso minha sensação de alienação, de não pertencimento. Os amigos próximos sempre falam que eu tenho uma capacidade intelectual acima da média. De fato, sempre senti facilidade para tratar de assuntos que, para muitos, são complexos ou ”difíceis”. Nunca pensei muito sobre isso, sempre aceitei a idéia de que sou realmente mais inteligente do que os outros. Atribuí a isso minha solidão filosófica.

Já adulto e com internet, passei a procurar por mim mesmo assuntos que me interessavam. Porém (como tantas vezes já reclamei) não encontrei material instrucional significativo em português. Conteúdo esparso, sem profundidade, sem fidedignidade, e até incorreto. Entretanto com facilidade encontro tudo o que quero em inglês. O mais surpreendente é o conteúdo vir de pessoas comuns. Não são doutores, não são grandes pesquisadores, são pessoas absolutamente comuns que por passatempo se interessam, como eu, por esses assuntos. E isso sempre me causou consternação. Por que é tão fácil obter conteúdo bom lá fora e aqui dentro é tudo tão difícil?

Então, em minhas andanças, descobri a resposta: o Brasil é um país de gente imbecil. Literalmente. Estupefato fiquei ao descobrir que não sou eu quem é inteligente: as pessoas é que são idiotas. E essa não é uma forma incorreta de usar o termo ”idiotia”, pois a população brasileira (em média) está abaixo do que é considerado retardamento mental no primeiro mundo. Inverso à ”Chave do tamanho” de Monteiro Lobato, percebi-me engrandescendo quando na verdade era o mundo diminuindo ao meu redor. Não à toa, as roupas próprias à gente pequena não cabem em mim… Descobri que sou uma pessoa normal jogada num país de gente estúpida.

A seguir, segue texto de Gustavo Bertoche. Eu discordo de alguns pontos, como minimizar a catástrofe de Paulo Freire na educação brasileira, mas ele alinha-se a temas que eu defendo já há algum tempo, como a necessidade de modificar o sistema do vestibular, reavaliar o prestígio do diploma (que hoje em dia não é mais do que um papel) portado por um “exército de doutores desempregados” e promover a alfabetização acadêmica. A falta de cultura e a falta de senso crítico estão corroendo a mente das pessoas. Em terra de tolos, quem tem um neurônio é filósofo. |:^c


Fonte: https://portalcafebrasil.com.br/iscas-intelectuais/qi-educacao-e-literatura/

E a cada dia as pessoas desta terra ficam ainda mais estúpidas.

QI, educação e literatura

Gustavo Bertoche – É preciso lançar pontes. 15/05/2020

O QI médio em praticamente todos os países do mundo cresceu muito nos últimos 100 anos.

Na Alemanha e nos EUA, o crescimento do QI médio foi de mais de 30 pontos. No Quênia e na Argentina, foi de cerca de 25 pontos. Na Estônia e no Sudão, foi cerca de 12 pontos.

Fonte: https://ourworldindata.org/grapher/change-in-average-fullscale-iq-by-country-1909-2013?country=ARG+AUS+AUT+BEL+BRA+BGR+CHN+DNK+DMA+EST+FIN+FRA+DEU+IRL+ISR+JPN+KEN+NLD+NZL+NOR+SAU+ZAF+KOR+ESP+SDN+SWE+CHE+TUR+GBR+USA+CAN

No Brasil aconteceu justamente o contrário. A queda do QI foi de quase 10 pontos nos últimos 100 anos. Talvez esse emburrecimento generalizado seja único na história da humanidade. O nosso QI médio é de 87, o que nos coloca, na média, no limite da deficiência intelectual.


Esse fenômeno bizarro tem tudo a ver com o nosso modelo de (des)educação escolar. Nada a ver com Paulo Freire, amigos. A coisa vem de muito antes. Em 1915, Lima Barreto revelava a cultura das aparências no Brasil: ao saber que Policarpo Quaresma possuía uma biblioteca particular, o doutor Segadas pergunta para que tantos livros, se não era nem formado. Não lhe ocorre que Policarpo tenha livros porque os leia: para o doutor, uma biblioteca não passa de um adorno ao diploma. É assim há mais de cem anos: no Brasil, quase sempre os livros servem não para ampliar o nosso mundo interior, mas como sinal exterior de status.

Em 1951, o prêmio Nobel de física Richard Feynman aceitou o convite para lecionar, no Rio de Janeiro, para uma turma de pós-graduação. Em 05 de maio de 1952, no fim da sua experiência docente no Rio, Feynman fez uma conferência que, quase setenta anos depois, ainda repercute fundo na ciência brasileira. Nessa conferência, expôs o nosso sistema educacional: ele descreveu um sistema em que os alunos não aprendem nada senão a decorar textos e fórmulas, e não imaginam o que fazer depois com isso. Feynman diz na sua autobiografia que aparentemente havia no Rio de Janeiro uma Universidade, com uma lista de cursos, com descrições desses cursos; mas que essa aparência não passava de uma ilusão, e que surpreendentemente no Brasil não existia, de fato, nem Universidade, nem ciência.

Paulo Freire – que a direita, sem o ler, adotou como o novo vilão da educação nacional – publicou a sua “Pedagogia do Oprimido” em 1968: cinqüenta e três anos após “Triste fim de Policarpo Quaresma” e dezesseis anos depois do diagnóstico demolidor de Feyman. Se Paulo Freire é o responsável pela situação deplorável da educação e da inteligência brasileira, então estamos diante de um extraordinário caso de efeito anterior à própria causa.

O fato é que a educação brasileira é muito ruim há pelo menos cem anos, amigos.


E a educação brasileira tem sido muito ruim porque nunca houve, em nosso país, um projeto de educação. Jamais – jamais! – os nossos governantes e gestores do primeiro escalão se perguntaram por que educar. Nunca se puseram a questão: “quem nós queremos que as nossas crianças sejam aos dezoito anos? como queremos que elas compreendam o mundo? o que queremos que elas saibam, o que queremos que elas saibam fazer?”.

O resultado é que o nosso currículo escolar é uma colcha de retalhos sem nenhum propósito, um currículo que macaqueia desastradamente os currículos de outros países.

Daí vem uma surreal conseqüência: a única meta de todo o ensino básico se torna o vestibular, um vestibular com um programa duas vezes absurdo – absurdo por sua extensão alucinada e absurdo por sua desconexão com a vida do espírito e da sociedade.


O nosso modelo de ingresso no ensino superior – que consiste em provas que abrangem uma quantidade sobre-humana de conhecimentos – não mede nada além da capacidade de concentração, memorização e repetição. Não por acaso, os professores mais reputados nos cursinhos preparatórios são justamente os especialistas em mnemotécnica: são aqueles que criam os poemas mais picantes para se decorar a Tabela Periódica, que inventam as melhores melodias para se guardar várias fórmulas de física e que adestram os alunos com esquemas pré-fabricados de redação para qualquer tema.

Neste nosso modelo, o bom candidato ao ensino superior se torna profundo conhecedor… de métodos de realizar provas. E, por não ter compreendido realmente nada, no dia seguinte ao vestibular se esquece de tudo o que passou dez anos estudando.

Surge daí a tradição – identificada, com assombro, por Feynman – do “estudar para a prova”, das musiquinhas de decoreba, dos cursinhos preparatórios: saber os macetes para tirar boas notas nas avaliações importa mais do que verdadeiramente saber aquilo que se estuda. A nossa escola nada ensina – a não ser a tirar boas notas. O nosso currículo oculto é o da valorização dos diplomas – e o da desvalorização do conhecimento.

Ora, amigos, Platão já sustentava, há vinte e cinco séculos, a impossibilidade da existência de uma sociedade sã sem um sistema educacional saudável. O nosso sistema educacional, com um currículo inacreditavelmente extenso, mas absolutamente sem propósito, é justamente o oposto disso. Como querer que o Brasil seja um país com bons cidadãos, se o nosso currículo oculto parece ter sido elaborado com a finalidade de formar indivíduos frívolos, vaidosos e ignorantes?


Isso explica uma característica das cidades brasileiras contemporâneas: a enorme quantidade de academias de ginástica, fenômeno sem par no mundo, e a ínfima quantidade de livrarias.

Um povo que coloca a preocupação com a “barriga tanquinho” em primeiro lugar na sua vida revela, com isso, qual é o seu horizonte existencial e que marca pretende deixar na História.

Amigos, o Brasil é o país com maior número de cirurgias estéticas per capita no mundo inteiro. Os EUA fizeram cerca de 300 mil cirurgias plásticas a mais do que as 1.224.300 realizadas no Brasil em 2017, mas têm uma população 60% maior do que a brasileira.

Por outro lado, povo brasileiro está entre aqueles com menor quantidade de livrarias per capita em todo o planeta. São Paulo, sozinha, tem o dobro da quantidade de automóveis da Argentina inteira. Mas Buenos Aires, sozinha, tem o dobro da quantidade de livrarias de São Paulo.

O brasileiro acha muito caro pagar cinqüenta reais por um livro, mas faz dívidas astronômicas para comprar um automóvel. Isso ilustra o nosso problema civilizacional: somos o país da pose inculta. Somos o exemplo acabado da síndrome socrática de Dunning-Kruger: tão abissalmente ignorantes que não sabemos nem que somos o povo mais ignorante do mundo.


A conseqüência disso é evidente. Nestes anos, tenho ouvido e lido profissionais liberais, magistrados, jornalistas e – pasmem – professores universitários com uma nítida dificuldade de descrever as suas intuições e percepções, ou com uma evidente incapacidade de efetuar as operações lógicas mais simples num debate.

É fácil atestar essa decadência: basta visitar uma livraria – se você encontrar alguma, é claro – e buscar um romance de qualquer escritor brasileiro contemporâneo. Raríssimos serão os livros que não apresentarão uma vulgaridade estrutural, sintática, vocabular desoladora.

Ou seja: ter recebido a educação escolar e universitária no Brasil nas últimas décadas é praticamente uma condenação à impotência discursiva.


E o que a literatura de um povo tem a ver com o QI? Tudo, amigos, tudo.

É por meio da linguagem que nós pensamos o mundo. Por meio da estrutura sintática da língua intuímos a estrutura lógica do Cosmos. Sartre está certo quando nos diz que “nosso pensamento não vale mais do que a nossa linguagem e deve-se julgá-lo pela forma com que a utiliza”. Se não lemos boa literatura, falamos e escrevemos mal; se falamos e escrevemos mal, pensamos mal; se pensamos mal, saímo-nos mal nos testes de QI. Para tornarmo-nos mais inteligentes, é preciso desenvolver uma faculdade comunicativa que vá além dos grunhidos mais ou menos elaborados com os quais expressamos os desejos, as sensações e as opiniões imediatas.

Geralmente, é na escola que tomamos contato, pela primeira vez, com a estruturação formal da nossa língua – não somente por meio das aulas de Gramática, mas, principalmente, por meio dos contos, romances e poemas que somos obrigados a ler.

E o que somos obrigados a ler, amigos?

Na escola, em meio a alguns tesouros da língua portuguesa, como Pe. Vieira, Machado, Euclydes, Lima Barreto e Guimarães Rosa, somos forçados a encarar também obras de qualidade menor, como as de um Joaquim Manuel de Macedo (“A moreninha”), de um José de Alencar (“O guarani”), de um Raul Pompéia (“O ateneu”), de um Aluísio Azevedo (“O cortiço”).

Entre uns e outros, uma ausência salta aos olhos: a ausência da grande literatura mundial.

Amigos, eu acho inconcebível que os alunos brasileiros não leiam Cervantes na escola. Que não leiam Shakespeare. Que não recebam livros de Dostoiévski, de Hemingway, de Borges. Que, ao lado dos necessários poemas de Pessoa, de Bandeira, de Cecília Meireles, de Drummmond, não leiam também Blake, Whitman, García Lorca, Neruda.

Como podemos ombrear com os outros povos do mundo se não conhecemos o fundo cultural no qual os debates civilizacionais são travados? Amigos, as trocas civilizacionais profundas não se dão no plano da conversa do taxista de aeroporto, não se dão em termos de cantores da moda e jogadores de futebol.

A não ser que deliberadamente queiramos nos posicionar como a nação do QI médio 87, a nação dos bobos-felizes.


O nosso sistema educacional é, na verdade, um sistema inteiramente deseducacional. Ele não aumenta a nossa inteligência: ele a reduz.

Se o nosso sistema educacional continuar centrado na prova, não haverá saída para a nossa civilização: acabaremos por desaparecer não por conseqüência de uma invasão estrangeira ou de uma guerra civil, mas por pura inaptidão para a existência.

Para salvarmos a civilização brasileira, precisamos salvar a escola. E a escola somente será salva se ela passar a fazer o que nunca fez: se ela passar a educar. Se ela, em primeiro lugar, começar a ensinar a pensar, o que somente é possível se ela começar a ensinar a ler, a escrever e a falar.

Finalmente, amigos, para ler, para escrever, para falar bem – isto é: para pensar bem -, só há um caminho: o caminho da boa literatura e da prática da escrita e do debate. Justamente o que mais falta nas nossas escolas, tão ocupadas com todo o resto.

Quais são as diferenças entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa?

A visão exclusória da Igreja Católica (boa parte de seus sacerdotes e seguidores) acerca das demais denominações cristãs fomenta uma divisão que ao meu ver é deletéria ao poder político/temporal dos cristãos. São inegáveis as conquistas e os avanços sociais influenciados pela Reforma Protestante. Também é muito importante a sobrevivência da Igreja Ortodoxa na Europa oriental, mesmo após a perseguição comunista durante a era soviética: ela continua sendo parte importante do corpus da cultura tradicional daqueles povos.

Essa visão exclusória, sobre a qual já discorri em Todos os ateus são pessoas más?, impede a unidade cristã enquanto grupo político tão somente por divergências doutrinárias, dogmáticas e ritualísticas. Nestes tempos em que forças negras congregam-se para transviar o homem ocidental, estupefaz-me ver padres católicos alimentando discórdia, menoscabando a crença de outras pessoas com discursos arrogantemente ignorantes.

Há um imenso mal tomando forma no mundo, imiscuindo-se sorrateiramente em cada canto, e, em lugar de comporem um discurso de aliança pelo bem, alimentam discórdia por mera mesquinharia. É muito mais fácil combater um grupo oponente cheio de divisões e conflitos internos. Os maus, que são muito bem unidos e organizados, viram essa fraqueza, aproveitam-se dela, e agora estão vencendo, mesmo estando em menor número.

Este deveria ser o momento para católicos, protestantes e ortodoxos unirem-se em uma coesa força política para defenderem princípios e valores que são comuns a todos. Porém, parece-me que a Igreja Católica não acompanhou a evolução política contemporânea. A Igreja Católica se corrompeu, traiu seus fiéis, abandonou seu rebanho. A Teologia da Libertação, braço comunista dentro da Igreja que o excomunga, tomou corpo, força, poder.

E em lugar de expurgar o mal de dentro de suas próprias falanges, infestadas por pedófilos e estelionatários, a Igreja  Católica preocupa-se mais em manter a máscara de imaculada representante do divino na terra em suas homilias.

75 A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

79 É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.

Dr. Martinho Lutero, 1517.


Fonte: https://pt.aleteia.org/2018/04/20/as-13-diferencas-entre-os-catolicos-e-os-orientais-ortodoxos/

Fonte original: artigo de D. Estevão Bettencourt, osb, na revista Pergunte e Responderemos, nº 480, ano 2002, pág. 200.

O texto abaixo está transcrito tal como se encontra na fonte. Importante levar em consideração que ele é escrito a partir da perspectiva da Igreja Católica.

As 13 diferenças entre os católicos e os orientais ortodoxos

Em síntese: são treze as principais diferenças doutrinárias e disciplinares que distanciam católicos e ortodoxos orientais uns dos outros. Os ortodoxos não aceitam o primado e a infalibilidade do Papa, a processão do Espírito Santo a partir do Filho, o purgatório póstumo, os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção de Maria Santíssima, o Batismo por infusão (e não por imersão), a falta da epiclese na Liturgia Eucarística, o pão ázimo (sem fermento) na celebração eucarística, a Comunhão eucarística sob a espécie do pão apenas, o sacramento da Unção dos Enfermos como é ministrado no Ocidente, a indissolubilidade do matrimônio, o celibato do clero. Como se pode ver, nem todos esses pontos diferenciais são da mesma importância. O mais ponderoso é o da fidelidade ao Papa como Pastor Supremo, assistido pelo Espírito Santo em matéria de fé e de moral.Seja observado, logo de início, que, em geral, os orientais têm por ideal a volta da Igreja ao que ela era até o sétimo Concílio Geral (Niceia II em 787), pois só aceitam os Concílios de Niceia I (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553), Constantinopla III (681) e Niceia II (787). O Concílio de Constantinopla IV, que excomungou o Patriarca Fócio em 869/870, é rejeitado pelos orientais.

1. Primado do Papa

Alega a teologia ortodoxa que a jurisdição universal e suprema do Papa implica que os outros bispos são subordinados a ele como seus representantes.

A esta concepção responde o Concílio do Vaticano II: “Aos Bispos é confiado plenamente o ofício pastoral ou o cuidado habitual e cotidiano das almas. E, porque gozam de um poder que lhes é próprio e com toda razão são antístites dos povos que eles governam, não devem ser considerados vigários (representantes) do Romano Pontífice” (Constituição Lumen Gentium 27).

O primado do Bispo de Roma ou do Papa garante a unidade e a coesão da Igreja, preservando-a de iniciativas meramente pessoais e subjetivas.

2. Infalibilidade papal

Em 1870, fazendo eco a antiga crença dos cristãos, o Concílio do Vaticano I declarou o Papa infalível quando fala em termos definitivos para a Igreja inteira em matéria de fé de Moral. – A teologia ortodoxa oriental alega que esta definição extingue a autoridade dos Concílios.

Respondemos que os Concílios gerais ou universais têm plena razão de ser, desde que o Papa deles participe (por si ou por seus delegados) e aprove as suas conclusões. Em nossos dias mais e mais se tem insistido sobre a colegialidade dos Bispos.

3. A processão do Espírito Santo a partir do Filho (“Filioque”)

Esta concepção da Igreja Católica decorre do fato de que “em Deus não há distinções a não ser onde haja oposição relativa”. Se, portanto, entre o Filho e o Espírito Santo não há a distinção de Espirante e espirado, um não se distingue do outro ou o Filho e o Espírito Santo são uma só Pessoa em Deus. Verdade é que Jesus em Jo 15, 26 diz que o Espírito procede do Pai; o Senhor, porém, não tenciona propor aí uma teologia sistemática, mas põe em relevo um aspecto da verdade sujeito a ser completado pela reflexão.

Na verdade, a questão em foco é mais de linguagem do que de doutrina, como foi demonstrado em PR 442/1999, pp. 120ss. Os orientais preferem dizer que o Espírito Santo procede do Pai através do Filho – o que pode ser conciliado com a posição dos ocidentais.

NdR: “Filioque” é o termo latino que quer dizer “e do Filho”, rezado no Credo quando fala do Espírito Santo: “Qui ex Patre Filioque procedit”, ou seja, “que procede do Pai e do Filho”.

4. Purgatório

Os orientais não tiveram dificuldade para aceitá-lo até o século XIII. Em 1231 ou 1232, o metropolita Georges Bardanes, de Corfu, pôs-se a impugnar o presumido fogo do purgatório, pois na verdade não há fogo no purgatório. Os teólogos orientais subseqüentes apoiaram a contestação (muito justificada) de G. Bardanes. Mas nem por isto negaram um estado intermediário entre a vida terrestre e a bem-aventurança celeste para as almas daqueles que morrem com resquícios de pecado; estes seriam perdoados por Deus em vista da oração da Igreja; estariam assim fundamentados os sufrágios pelos defuntos.

A absoluta recusa do purgatório só ocorreu entre os orientais no século XVII sob a influência de autores protestantes. Daí por diante a teologia oriental está dividida; há muitos teólogos ortodoxos que admitem um estado intermediário entre a morte e a bem-aventurança celeste como também reconhecem o valor dos sufrágios pelos defuntos.

5. A Imaculada Conceição de Maria

Esta é, por vezes, confundida com um pretenso nascimento virginal de Maria Santíssima (Santa Ana teria concebido sua filha sem a colaboração de São Joaquim). Já que tal concepção virginal carece de sólido fundamento, também a Imaculada Conceição é posta em dúvida pelos orientais. Ocorre, porém, que a literatura e a Liturgia dos ortodoxos enaltecem grandemente a total pureza de Maria, professando a mesma coisa que os ocidentais, ao menos de modo implícito, sem chegar a formular um dogma de fé a respeito.

6. A Assunção de Maria Santíssima

Foi proclamada como dogma de fé em 1950 pelo Papa Pio XII, de acordo com a tradição teológica ocidental e oriental. Merece especial atenção a iconografia oriental, que representa de maneira muito expressiva a Virgem sendo assumida aos céus por seu Divino Filho. Na verdade, o que fere os orientais, não é a proclamação da Assunção; mas a promulgação do dogma (como no caso da Imaculada Conceição).

7. Batismo por infusão ou aspersão da água

Dizem os teólogos ocidentais que o importante no Batismo é o contato da água com o corpo da pessoa, simbolizando purificação. Se o sacramento é um sinal que realiza o que significa, a água batismal significa e realiza a purificação da alma.

8. Epiclese

Os orientais julgam essencial na Liturgia Eucarística a Invocação do Espírito Santo (epiclese) antes das palavras da consagração; ora estas faltam no Cânon Romano (Oração Eucarística nº 1), pois os latinos julgam que a consagração do pão e do vinho se faz pela repetição das palavras de Cristo: “Isto é o meu corpo… Isto é o meu sangue…”.

Acontece, porém, que as Orações Eucarísticas compostas depois do Concílio (1962-65) têm a epiclese não para corrigir uma pretensa falha anterior, mas para guardar uma antiga tradição.

9. Pão ázimo

Jesus, em sua última ceia, observou o ritual da Páscoa judaica, que prescrevia (e prescreve) o uso do pão ázimo ou não fermentado. A Igreja Católica guardou o costume na celebração da Eucaristia. Está bem respaldada. O uso do pão fermentado não é excluído, pois, em última análise, se trata sempre de pão.

10. A Comunhão Eucarística sob as espécies do pão apenas

Até o século XII a Comunhão era ministrada sob as duas espécies; o uso foi abolido por causa de inconvenientes que gerava (profanação, sacrilégios…).

Todavia, após o Concílio, já é permitido dar a Comunhão sob as duas espécies a grupos devidamente preparados.

11. Unção dos Enfermos

Baseados em Tg 5, 14s, os orientais ortodoxos têm a Unção dos Enfermos como sacramento. Divergem, porém, dos ocidentais em dois pontos:

  • a Unção não é reservada aos gravemente enfermos nem tem a marca de preparação para a morte, mas, ao contrário, vem a ser um rito de cura para qualquer enfermo;
  • a Unção, no Oriente, tem forte caráter penitencial, a tal ponto que ela é conferida também aos pecadores, mesmo sadios, a título de satisfação pelos pecados.

Pode-se dizer, portanto, que a Unção “dos Enfermos” nas comunidades orientais ortodoxas é dada a todos os fiéis que tenham algum problema de saúde corporal ou espiritual. Isto ocorre especialmente na Semana Santa entre os russos.

Essas diferenças, que não são das mais graves, foram muito exploradas nos debates entre latinos e gregos. Os ocidentais reservam a Unção para os casos de moléstias graves ou sério perigo de vida.

12. Divórcio

Baseados em Mt 5, 32 (= Mt 19, 9) e contrariamente ao que se lê em Mc 10, 11s; Lc 16, 18; 1Cor 7, 10s, os ortodoxos reconhecem o divórcio. A Igreja Católica não interpreta São Mateus em sentido contrário ao de Marcos, Lucas e Paulo; portanto não reconhece o divórcio de um matrimônio sacramental validamente contraído e consumado, mas julga que em Mt 5 e 19 se trata da dissolução de um casamento tido pela Lei de Moisés como ilícito. Ulteriores dados podem ser encontrados em PR 473/2001, pp. 453ss.

13. Celibato do Clero

Seria “uma restrição imposta nos séculos posteriores, contrária à decisão do primeiro Sínodo Ecumênico (325)”. Que há de verídico nisso?

O celibato do clero tem seu fundamento em 1Cor 7, 25-35, onde São Paulo recomenda a vida una ou indivisa. Esta foi sendo praticada espontaneamente pelo clero até que, em 306 aproximadamente, o Concílio regional de Elvira (Espanha) a sancionou para os eclesiásticos de grau superior. A legislação de Elvira foi-se propagando no Ocidente por obra de outros concílios regionais.

Ao contrário, os orientais estipularam que, após a ordenação, os clérigos de grau superior (ou do diaconato para cima não poderiam contrair matrimônio, mas eram autorizados a manter o uso do matrimônio os que tivessem casado antes da ordenação. O Concílio de Niceia I (325) rejeitou a proposta segundo a qual o celibato no Oriente seria observado sem exceções, como no Ocidente; isto, por protesto do Bispo egípcio Pafnúncio, o qual guardava pessoalmente o celibato. Os Bispos orientais são todos celibatários e, por isto, recrutados entre os monges.

Como se vê, algumas das diferenças apontadas são disciplinares e não impedem a volta à unidade de cristãos orientais e ocidentais. Podem-se admitir o pão fermentado na Eucaristia, a obrigatoriedade da epiclese, o clero casado… O maior obstáculo é o do primado do Papa. Paulo VI e João Paulo II demonstraram ter consciência do problema, que poderá ser resolvido satisfatoriamente. Eis o que escreve João Paulo II em sua encíclica Ut Unum Sit datada de 25/05/95:

“Entre todas as Igrejas e Comunidades Eclesiais, a Igreja Católica está consciente de ter conservado o ministério do sucessor do Apóstolo Pedro, o Bispo de Roma, que Deus constituiu como perpétuo e visível fundamento da unidade e que o Espírito ampara para que torne participantes deste bem essencial todos os outros. Segundo a feliz expressão do Papa Gregório Magno, o meu ministério é de servus servorum Dei… Por outra parte, como pude afirmar por ocasião do Encontro do Conselho Mundial das Igrejas em genebra aos 12 de junho de 1984, a convicção da Igreja Católica de, na fidelidade à Tradição apostólica e à fé dos Padres, ter conservado, no ministério do Bispo de Roma, o sinal visível e o garante da unidade, constitui uma dificuldade para a maior parte dos outros cristãos, cuja memória está marcada por certas recordações dolorosas. Por quanto sejamos disso responsáveis, como o meu Predecessor Paulo VI, imploro perdão” (N] 88). “Com o poder e a autoridade sem os quais tal função seria ilusória, o Bispo de Roma deve assegurar a comunhão de todas as Igrejas. Por este título, ele é o primeiro entre os servidores da unidade. Tal primado é exercido em vários níveis, que concernem à vigilância sobre a transmissão da Palavra, a celebração sacramental e litúrgica, a missão, a disciplina e a vida cristã. Compete ao sucessor de Pedro recordar as exigências do bem comum da Igreja, se alguém for tentado a esquecê-lo em função dos interesses próprios. Tem o dever de advertir, admoestar e, por vezes, declarar inconciliável com a unidade da fé esta ou aquele opinião que se difunde. Quando as circunstâncias o exigirem, fala em nome de todos os Pastores em comunhão com ele. Pode ainda – em condições bem precisas, esclarecidas pelo Concílio do Vaticano I – declarar ex cathedra que uma doutrina pertence ao depósito da fé. Ao prestar este testemunho à verdade, ele serve à unidade” (Nº 94). “Dirigindo-me ao Patriarca Ecumênico Sua Santidade Dimitrios I, disse estar consciente de que, ‘por razões muito diferentes, e contra a vontade de uns e outros, o que era um serviço pôde manifestar-se sob uma luz bastante diversa’. Mas … é com o desejo de obedecer verdadeiramente à vontade de Cristo que eu me reconheço chamado, como Bispo de Roma, a exercer este ministério… O Espírito Santo nos dê sua luz e ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este ministério possa realizar um serviço de amor, reconhecido por uns e por outros” (nº 95).

Como se vê, o Papa não abdica (nem pode abdicar) do seu ministério, que garante a unidade da Igreja, mas pede que os estudiosos proponham modalidades de exercício desse ministério que satisfaçam a todos os cristãos. – Queira o Espírito inspirar os responsáveis para que realmente colaborem para a solução das dificuldades que os cristãos não católicos enfrentam no tocante ao primado do Papa!

A propósito, muito se recomenda a leitura da encíclica Ut Unum Sint (Que todos sejam um), sobre o empenho de São João Paulo II em favor da união dos cristãos.

Eleições 2022 – Parte 1 (A quem não interessa aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro?)

Transcrição Ipsis literis
Nota Conjunta dos Clubes Militares
A quem não interessa aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro?

Nota Conjunta dos Clubes Militares

Clube Naval, Clube Militar e Clube de Aeronáutica

 URNAS ELETRÔNICAS COM VOTO IMPRESSO AUDITÁVEL 

Rio de Janeiro, 02 de Agosto de 2021

A confiabilidade  e a transparência de um processo eleitoral constituem requisitos básicos para uma  democracia saudável, e suscitaram o debate sobre a implementação da urna eletrônica com  voto impresso auditável, em análise pelo Congresso Nacional, provocado  pela PEC 135/2019.

As Urnas Eletrônicas (DRE – Direct Recording Electronic Voting Machines) de 1ª Geração foram implantadas  em  1996. De 2006 a 2012, Holanda, Alemanha, EUA, Canadá, Rússia, Bélgica, Argentina, México e Paraguai abandonaram-nas. Em 2014, India e Equador adotaram modelos mais avançados. Embora já exista a Urna E de 3ª Geração, o   Brasil  insiste em utilizar as superadas Urnas E de 1ª Geração.

A auditagem das urnas não pode ser enxergada a olho nu. Trata-se,  de uma inescrutável caixa preta. A  inviolabilidade das urnas eletrônicas, atestada pela própria equipe técnica do TSE, não pode ser um dogma. O TSE bloqueia sistematicamente propostas de teste do sistema solicitados por equipes externas, o  que pode levar à suspeita de que tem algo a esconder. Por que essa exclusiva “segurança em obscuridade”? Por que tal segregação, se todos, indistintamente,  tem direito à verdade?

No entendimento do TSE, apoiado na  letra jurídica, o ônus da prova cabe a  quem reclama de fraude. Mas pelo fato de  todo o processo ser digitalizado, sem  a existência de provas  visíveis  e tangíveis, torna-se impossível atestar uma possível ilicitude. Se não há como apresentar provas materiais, a questão permanece em suspenso, o que favorece os tenazes defensores do sistema. Até quando vai perdurar esse circunlóquio?

Pessoas dotadas de nível mediano de  conhecimentos sobre sistemas sabem que celulares e computadores  são  vulneráveis a vírus e invasões. No tocante a Urnas E, o universo de pragas  cibernéticas pode compreender, dentre outros malefícios,  a clonagem e adulteração de programas,  a inclusão de programas  maliciosos para desvio de votos de um candidato para outro, a supressão de votos, fraudes na apuração e totalização de votos  e   pré-inserção de votos nas urnas.

Sistemas digitais da NASA, do Pentágono, de partidos políticos americanos  e de grandes empresas privadas, mesmo protegidos por sistemas de segurança (CyberSecurity) up to date, já foram invadidos. Hackers, por ideologia e/ou interesses financeiros, são gênios do mal e estão sempre um passo à frente em termos de avanço  tecnológico. Diante destas inquestionáveis evidências, seriam as urnas eletrônicas brasileiras realmente  inexpugnáveis?

De acordo com o previsto na PEC 135/2019, mediante a impressão, o eleitor não tocaria o voto, tampouco o levaria consigo, apenas o veria, verificaria se ele de fato corresponde ao candidato que aparece na tela,  confirmaria, o papel  cairia e permaneceria armazenado dentro de urna lacrada, o que possibilitaria, caso necessário, futuro cotejo e recontagem. Portanto, nada mais  falso afirmar que, com a impressão do voto, o eleitor poderia ser  pressionado por “benfeitores”, traficantes, milicianos e afins.  Pura desinformação.

O TSE,  administrador-mor do sistema, prega a dependência absoluta do software, ao afirmar que   um aumento da interferência humana ocasionaria erros que abririam brechas para a judicialização do processo eleitoral. Obviamente, nenhum sistema está totalmente a salvo da maldade   dos homens. Mas seria a aceitação passiva dos resultados da urna eletrônica mais aconselhável, a fim de evitar  questionamentos válidos, no melhor estilo “Cale-se, eu sei o que é melhor para você”? Eis  a verdadeira ditadura.

O sistema de urnas eletrônicas com voto impresso auditável, indubitavelmente,  acrescenta equipamentos eletrônicos, o que aumenta a probabilidade da ocorrência de problemas sistêmicos, além de gerar necessidades logísticas e de segurança física. Caberia  ao TSE ser proativo  e estabelecer planos contingentes para que o sistema como um todo possa operar  de maneira eficiente. A justificativa de que, em face da pandemia, o gasto de três bilhões de reais com o custo da implementação das urnas eletrônicas com voto impresso auditável  seria inadmissível não se sustenta, pois a lisura e a transparência  do processo eleitoral –  essenciais para uma  salutar  democracia –  não tem preço, seja em que tempo for.

O prazo final para a resolução desse imbróglio, visando as eleições de 2022, será outubro. Esperamos que não seja um outubro vermelho, mas sim verde e amarelo, pelo bem do Brasil.

 

AE Luiz Fernando Palmer Fonseca

Presidente do Clube Naval

 

GenDiv Eduardo José  Barbosa

Presidente do Clube Militar

 

Maj Brig-Ar Marco Antonio Carballo Perez

Presidente do Clube de Aeronáutica

 

O Clube Militar, com este texto, encerra uma série de artigos, mostrando a necessidade de total transparência no processo eleitoral brasileiro.

A data de hoje é importante, pois antecede a votação de matérias no Congresso Nacional.

Boa sorte, Brasil!