Favelados molambentos gritando como se fosse carnaval, mulheres porcas, um drogado tossindo nas minhas costas (literalmente), insipiência quanto ao conceito primário de formação de uma fila, indivíduos carecendo de noções rudimentares de civilidade incapazes de respeitar o espaço pessoal de outrem esbarrando em mim o tempo todo, corruptos fazendo boca de urna e papelzinho do inferno sujando o passeio público com o dinheiro público, todos os botequins abertos e sufragistas calibradamente alcoolizados, uma urna que dá pane e só volta a funcionar depois de uma hora. Culminado com o barulho multifônico indiscernível tal como chiado de estática, onipresente, perfurando meus tímpanos e inundando meu cérebro que, após uma hora de espera em tal lugar, já estava fervendo meu líquido cefalorraquidiano.
As eleições brasileiras recepcionam indivíduos que, apenas pelo semblante, se percebe que são inaptos para o exercício político (não sou lombrosista). Cada vez mais se aproxima o tempo de eu publicar meu texto ”A falácia sobre a democracia”. Não quero publicá-lo. Não quero acreditar que estou certo. Porém, quanto mais o tempo passa, mais me decepciono com a sociedade em que me encontro.
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Em tempo: acabo de descobrir que o e-mail do Hotmail rejeitou minhas postagens sobre eleições. Não aparecem nem na caixa de spam. Provavelmente o mesmo aconteceu com quem tem Yahoo ou Gmail. Ou seja, já estamos sob censura ditatorial: só temos acesso ao que eles permitem que vejamos, mesmo em conversas privadas.